Cinco meses após receber o pedido da defesa, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, autorizou nesta quarta-feira (21) a transferência do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para cumprir pena pelos crimes do mensalão em Contagem (MG).

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Apontado como o operador do mensalão, Valério está desde novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, mas solicitou transferência para o presídio Nelson Hungria, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), considerado como de segurança máxima.

A defesa de Valério afirmou que a transferência atende a um pedido da família, já que sua mãe é idosa e teria dificuldades de locomoção para visitá-lo, além do alto custo das passagens aéreas.

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Marcos Valério foi condenado pelo Supremo por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, a uma pena de 37 anos, 5 meses e 6 dias de prisão, além do pagamento de R$ 2,8 milhões em multas.

Desde dezembro do ano passado, a defesa do empresário fez um contato preliminar com o sistema prisional mineiro e recebeu indicação de que haveria vaga disponível no Nelson Hungria. Há a expectativa de que ele continue em uma cela individual.

Segundo pessoas próximas, Marcos Valério tem receio de cumprir pena ao lado de presos perigosos. Entre 2008 e 2009, ele ficou no presídio do Tremembé, em São Paulo, e relatou ter sido espancado por presos, que queriam extorqui-lo, por considerá-lo famoso e rico. Na época, ele foi preso durante uma operação da Polícia Federal.

Em outubro, chegou a trocar seu título de eleitor de Belo Horizonte para Caetanópolis (MG), o que foi visto como tentativa de conseguir cumprir a pena em um presídio supostamente menos perigoso. A defesa nega a intenção.

O presídio Nelson Hungria, que fica em Contagem (Grande BH) e já abriga os ex-dirigentes do Banco Rural José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, também condenados no mensalão. A unidade recebe detentos perigosos e também famosos, como o goleiro Bruno.

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Ao todo, o STF autorizou a transferência de nove presos para cumprir pena perto da família, entre eles os ex-deputados Pedro Henry (PP-MT) e Pedro Corrêa (PP-PE).