O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, afirmou nesta quarta-feira (19) que o delator do esquema, Roberto Jefferson, presidente do PTB, cometeu corrupção passiva e foi beneficiado pela "engrenagem criminosa" do empresário Marcos Valério. "Jefferson sabia da existência do que ele chamou de mesada a parlamentares. [...] Quando passou a ser ele próprio beneficiário de recursos do PT, tinha a consciência de que os pagamentos eram feitos em troca da consolidação da base aliada do governo na Câmara."

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Em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2005, Jefferson revelou um sistema de pagamento de mesada para a compra de apoio de político para a composição da base aliada nos primeiros anos do governo Lula (2003-2010).

Jefferson admitiu ter recebido R$ 4 milhões, mas nega que os recursos foram para comprar apoio e sustentou que o dinheiro era para pagamento de dívidas de campanha.

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"Se não tivesse aderido à prática de pagamentos, o crime estaria caracterizado porque o partido recebeu R$ 4 milhões do PT e houve distribuição. Pagamento nesse montante, em espécie, para o presidente de um partido equivale sem dúvida à prática corrupta."