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Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão | Lula Marques/Folhapress
Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão| Foto: Lula Marques/Folhapress

Defesa

Mulher de ex-diretor não consegue visitá-lo em prisão na Itália

Ao tentar visitar Henrique Pizzolato na penitenciária de Modena na manhã deste sábado, Andrea Haas disse que seu marido está sereno porque confia que a Justiça italiana é "íntegra" e faz as "coisas certas". Ela chegou à penitenciária levando uma sacola com roupas, toalha, tangerinas e medicamentos. Foi abordada por jornalistas brasileiros e disse que não responderia perguntas da imprensa. "Vocês não sabem por quê? Tudo isso é uma grande mentira. Todos os documentos foram apresentados para a imprensa e tiveram a oportunidade de divulgá-los e nunca divulgaram. Só divulgaram mentiras.", disse ela, que se encaminhou à entrada reservada aos visitantes.

Vinte minutos depois, deixou a penitenciária sem ter atravessado sequer o setor em que familiares passam pela revista. Ela não explicou porque voltava sem ver o marido. O acesso à penitenciária de Modena só é possível ao visitante munido de autorização prévia da autoridade judicial. Quando voltava em direção ao carro, respondeu a uma pergunta sobre a tranquilidade de Pizzolato relatada por policiais. "Deve ser porque a Justiça aqui seja correta, íntegra, que faz as coisas certas. Deve ser por isso que ele estava sereno."

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, encaminhou na última sexta-feira ao Ministério da Justiça um pedido feito em novembro pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, para a abertura do processo de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Condenado no processo do mensalão, Pizzolato foi detido na última quarta-feira em Maranello (a 322 km de Roma) com passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em um acidente de carro.

Ao encaminhar o pedido, Barbosa disse que caberá ao Ministério Público instruir o processo e preparar toda a documentação necessária para a extradição, como a tradução da decisão de condenação e do mandado de prisão.

O material foi encaminhado ao Ministério da Justiça pois a formatação final do pedido de extradição será dada pela pasta, que ficará encarregada, juntamente com o Itamaraty, de enviar a documentação ao governo italiano.

A decisão de Barbosa, de enviar o pedido feito por Ela Wiecko, acontece pouco tempo depois do Ministério da Justiça e do STF terem se desentendido sobre os trâmites do processo de extradição de Pizzolato.

Na quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enviou ao STF um ofício informando que Pizzolato estava detido na Itália e perguntava se o STF tinha interesse num pedido de extradição. Na sexta, Barbosa respondeu o ofício dizendo que o Supremo não tem papel ativo neste tipo de processo, uma vez que extradições são discutidas entre Estados soberanos. Na prática, disse que caberia ao Ministério da Justiça fazer o pedido de extradição.

Parceria

Após a resposta de Barbosa, o Ministério da Justiça divulgou nota dizendo que, em seu entendimento, caberia, sim, ao STF determinar a extradição. Mas, devido à posição do presidente do Supremo, informou que fechou uma parceria com o Ministério Público, que faria o pedido e o encaminharia para a pasta, que daria o andamento necessário ao processo.

Ao invés de aguardar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, formulasse o pedido de extradição dentro da parceria firmada com Cardozo, Barbosa optou por resgatar o pedido feito por Wiecko em novembro, quando sequer era conhecido o paradeiro de Pizzolato, e o encaminhou ao Ministério da Justiça.

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