Barbosa Neto vence eleição em Londrina

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Depois de um processo eleitoral conturbado e da necessidade de realização de um "terceiro turno", Barbosa Neto (PDT) foi eleito prefeito de Londrina, com 54,12% dos votos válidos. O pedetista venceu o adversário Luiz Carlos Hauly (PSDB) com uma diferença de 20.643 votos e, após duas tentativas frustradas, irá assumir a prefeitura da segunda maior cidade do estado. O resultado, no entanto, ainda não é definitivo. Vencedor da disputa no segundo turno em outubro de 2008, Antonio Belinati (PP) teve o registro de candidatura cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas tenta reaver na Justiça o direito de ser empossado no cargo.

Depois de terminar apenas em terceiro lugar no primeiro turno, Barbosa valeu-se do apoio de Belinati para a disputa do "terceiro turno" e garantiu a vitória graças aos votos obtidos nos principais redutos do ex-prefeito, concentrados na periferia da cidade. O pedetista venceu a eleição com 135.507 votos, contra 114.867 (45,88%) de Hauly. Os votos brancos e nulos somaram 22.628 – 8,29% dos 339.898 eleitores – e a abstenção foi de 19,68%.

Já consolidada a vitória, Barbosa afirmou que Londrina teve excelentes prefeitos ao longo da história, mas nenhum deles trabalhou tanto quanto ele irá se dedicar ao cargo. O pedetista disse não se preocupar com a quantidade de votos que recebeu a mais que o adversário. "Se foi por um ou dez votos, não importa. O importante é fazer valer a democracia e governar por todos os londrinenses", declarou. "Minha verdadeira comemoração será daqui a quatro anos, quando entregar uma Londrina melhor à população."

O prefeito eleito do segundo maior município do Paraná garantiu que a disputa entre ele e Hauly se restringiu apenas ao período da eleição e que, a partir de agora, conta com o apoio do deputado federal para trabalhar em benefício da cidade. Barbosa destacou ainda que a prefeitura enfrenta graves problemas financeiros e, por isso, irá trabalhar com, no máximo, 50 cargos comissionados. Segundo o pedetista, sua administração manterá contato diário com a Câmara de Vereadores, independentemente de ele ter ou não maioria na Casa. Em relação ao secretariado, Barbosa disse que não há nada definido e que inclusive adversários podem fazer parte do seu governo, se tiverem capacidade para realizar ações em favor da cidade – entre os adversários durante a campanha, estava o governador Roberto Requião (PMDB). "Amanhã mesmo, vou telefonar para o Requião e solicitar uma audiência. O fato de ele ter apoiado o Hauly foi apenas uma questão partidária", revelou.

Quanto à possibilidade de perder o mandato de prefeito caso Belinati consiga reverter a cassação do registro de candidatura, o pedetista garantiu que não tem essa preocupação. "O Belinati é o legítimo vencedor dessa eleição", afirmou. Se isso ocorrer, Barbosa ficaria, também, sem o cargo de deputado federal, já que precisará renunciar ao Parlamento antes de assumir a prefeitura. "Não nasci deputado e não vou morrer deputado. Não tenho esse apego ao cargo. Sempre frisei que Londrina precisa de gente nova em Brasília."

Promessas de campanha

A segurança dos londrinenses será o principal desafio que Barbosa Neto terá pela frente, já que 65% da população considera o município inseguro. Exatamente por isso, uma das principais bandeiras de campanha do pedetista foi o combate à criminalidade, que ele alegou conhecer de perto devido aos quase 20 anos nas funções de repórter e apresentador de programas policiais. No horário eleitoral, o prefeito eleito de Londrina prometeu criar a Guarda Municipal e instalar 2 mil câmeras de vigilância por toda a cidade.

Barbosa defendeu, também, a educação em tempo integral – bandeira nacional do PDT. A construção de um hospital na Zona Oeste de Londrina foi outra proposta apresentada.

Durante a campanha, Barbosa garantiu que terá facilidade para trazer essas melhorias ao município, por ser aliado do governo federal e contar com o apoio de vários ministros do governo Lula, como Reinhold Stephanes (PMDB), da Agricultura, Carlos Lupi (PDT), do Trabalho, e Paulo Bernardo (PT), do Planejamento.