Relator do processo do mensalão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou que se preocupa com a possibilidade de um empate no julgamento com a saída próxima do ministro Cezar Peluso, que completa 70 anos no dia 3 de setembro. Sem Peluso, o tribunal julgará o processo com apenas dez integrantes.
"Minha única preocupação com essa questão é a possibilidade de dar empate, porque tivemos no passado muito recente empates que geraram impasses", afirmou. Os julgamentos da constitucionalidade da lei da ficha limpa e da extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti terminaram empatados.
Barbosa afirmou que, enquanto Peluso estiver na Corte, ele tem legitimidade para antecipar seu voto. "O ministro Peluso participou de tudo nesse processo desde o início. Ele presidiu inúmeras sessões em que foram decididas questões cruciais. Ele está muito habilitado", avaliou.
O ministro lembrou que integrantes da Corte podem, inclusive, proferir voto sem que tenham acompanhado desde o início o julgamento de um processo. Basta, conforme o regimento , que ele se sinta habilitado para proferir um voto sobre o caso. Neste caso, afirmou Barbosa, Peluso conhece todo o processo e o acompanha desde o início. "Ele sabe tudo do processo, acompanhou tudo do processo durante sete anos. Não é uma situação melhor do que aquela (quando o ministro vota sem ter participado desde o início do julgamento)?", questionou.
Barbosa disse não saber se Cezar Peluso se antecipará e votará sobre determinados itens antes mesmo de o relator se manifestar. "Eu não sei se ele vai fazer isso", afirmou. Apesar das avaliações, o ministro afirmou que essa é uma "questão lateral". "Vamos discutir neste momento o voto", disse.
De acordo com outros integrantes da Corte, Peluso não antecipará seu voto, não votará sobre itens antes que o relator do processo e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, profiram seus votos.
Pelos cálculos de integrantes da Corte, Peluso deveria, nesse ritmo, julgar apenas o primeiro item da acusação, envolvendo o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o empresário Marcos Valério e seus sócios na atuação junto à Câmara e ao Banco do Brasil.
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