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Curitiba – O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, virá a Curitiba prestar depoimento à Força-Tarefa das contas CC-5. A solicitação feita pelos procuradores que integram a Força-Tarefa já foi aceita pelo juiz da 2.º Vara Federal Criminal de Curitiba, Sérgio Moro. Segundo o procurador Vladimir Aras, que integra a Força-Tarefa, a data para o depoimento de Toninho deve ser definida nos próximos dias. "Falta definir esse cronograma com a defesa dele e com alguns procuradores gaúchos que também vão participar do depoimento."

Aras assistiu, na condição de observador, ao depoimento prestado por Barcelona a integrantes da CPI dos Correios no prédio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, na terça-feira. No depoimento, Barcelona disse que operou para políticos ligados ao PT. "Ele tem que provar o que fala. Ele insinuou coisas, mas ainda não apresentou nada de definitivo."

A Força-Tarefa das contas CC-5, criada em maio de 2003 em Curitiba, chegou a reunir 12 procuradores para investigar o esquema de evasão de divisas feito por meio da agência do Banestado (Banco do Estado do Paraná) em Nova Iorque. O foco do trabalho, que inicialmente estava voltado para as CC-5 (contas de brasileiros não-residentes), foi ampliado, já que, com o fechamento da agência do banco paranaense em Nova Iorque, os doleiros passaram a utilizar outros métodos para o envio ilegal de dinheiro para fora do país.

O trabalho conjunto da Procuradoria da República e da Polícia Federal deu origem à deflagração da Operação Farol da Colina, em agosto do ano passado.

A PF cumpriu 123 mandatos de prisão, dentre os quais o de Barcelona.

À época, segundo Aras, o Ministério Público tentou negociar o mecanismo da delação premiada com Barcelona, sem sucesso. "Agora é ele que está propondo, talvez porque esteja se sentindo em uma situação bastante difícil e saiba que essa possa ser sua última chance", diz o procurador que é cuidadoso ao falar da suposta relação de Barcelona com o PT. "Na nossa investigação não encontramos indícios sobre isso", explica.

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