• Carregando...

A CPI dos Sanguessugas está ouvindo o ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB), que atualmente é prefeito de Piracicaba (SP). Ele foi convidado a prestar esclarecimentos sobre denúncias relacionadas à atuação da máfia das ambulâncias quando ocupou a pasta da Saúde, no Governo Fernando Henrique Cardoso. No início de seu depoimento, Barjas Negri disse que não tinha ligação com os sanguessugas nem se beneficiou do esquema montado pela Planam, empresa da família Vedoin. O ex-ministro tucano explicou ainda que todas as ambulâncias foram adquiridas a partir de emendas de deputados.

O empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como o chefe do esquema de fraudes, acusou o empresário Abel Pereira de receber propina da máfia das ambulâncias para ajudar na liberação de verbas do Ministério da Saúde na gestão de Barjas Negri, em 2002. Pereira e Negri negam a acusação. Ao mesmo tempo, Vedoin está sendo ouvido no Conselho de Ética da Câmara.

Até agora o clima na CPI entre oposição e governo é ameno, e apenas dois deputados petistas criticaram o governador eleito de São Paulo, José Serra, por não ter comparecido à CPI. O tucano foi convidado a prestar depoimento na manhã desta terça, mas está em Washington (EUA) e só deve retornar ao país na próxima semana.

Nesta quarta-feira, a CPI irá ouvir os ex-ministros do atual governo Humberto Costa, às 11h, e Saraiva Felipe, às 15h. Segundo a assessoria da comissão, os dois confirmaram presença. Costa, que perdeu a disputa para o governo de Pernambuco por conta das denúncias, é apontado como facilitador da liberação de dinheiro do Ministério da Saúde para os donos da Planam, empresa acusada de comandar o esquema das ambulâncias superfaturadas. O dinheiro, uma dívida do ministério com a empresa, não havia sido pago pelo governo anterior.

Já Saraiva Felipe (PMDB-MG), conseguiu se reeleger deputado federal. Contra ele pesa a acusação de ter ajudado a agilizar os processos da Planam no ministério e destinado verbas extra-orçamentárias da Saúde para a compra de ambulâncias via Planam. Luiz Antônio Vedoin informou, em depoimentos, que Felipe e Maria da Penha Lino, considerada o apêndice dos Vedoin no ministério, eram amigos.

Apesar disso, o ex-ministro nega a suposta amizade:

- Não era amigo (de Maria da Penha). A conhecia há mais de dez anos. A indicação foi feita como muitas outras que fiz no ministério: acatando indicação do deputado Wilson Santiago (PMDB-PB), que chancelou o pedido do deputado José Divino (PMR-RJ) - afirmou Saraiva Felipe.

O deputado reeleito disse estar "tranqüilo" em relação ao depoimento, e afirmou que seu caso já está resolvido . Ele afirmou ainda que aceitou o convite da comissão para contribuir com as investigações.

- A CPI arquivou o meu processo. Estou tranqüilo - disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]