Em interrogatório realizado na quinta-feira (29) na Justiça Federal de Curitiba, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, delator da Lava Jato, disse acreditar que mesmo se não houvesse um cartel formado pelas grandes empreiteiras do país, os resultados das licitações da estatal seriam os mesmos. Barusco foi ouvido pelo juiz federal Sergio Moro no processo que responde junto com executivos da construtora Odebrecht por irregularidades em contratos da Petrobras.
“Eu diria o seguinte, se não existisse o cartel, os resultados das licitações seriam os mesmos, porque não tinham outras opções”, afirmou Barusco. “Como fazer uma licitação de uma obra de grande porte e não convidar Odebrecht, Andrade [Gutierrez], Queiroz [Galvão], que são as maiores empresas do Brasil? As obras da Petrobras requerem só esse tipo de qualificação”, justificou o ex-gerente.
Barusco também foi questionado sobre o relacionamento com o executivo da Odebrecht Marcelo Araújo, que também é réu no processo. O ex-gerente confirmou que pediu propina à Araújo por obras no Centro de Pesquisa (Cenpes) de Vitória.
Barusco negou, porém, que os aditivos aos contratos com a Petrobras eram utilizados para aumentar o valor das obras e para posterior pagamento de propinas.
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