Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado| Foto: José Cruz/ABr

Senadores dos partidos aliados ao governo conseguiram adiar, pela terceira vez, o início dos trabalhos da CPI da Petrobras. Ontem apenas os senadores de oposição (dois do PSDB e e um DEM) marcaram presença no encontro que serviria para escolher o presidente e o relator da comissão.

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O atraso atende aos interesses do Palácio do Planalto. Senadores governistas que integram a CPI afirmam que só participarão de nova reunião se a oposição devolver o posto de relator da CPI das ONGs, que pertencia ao congressista da base aliada do governo Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Há duas semanas, a oposição tomou dos governistas a relatoria da comissão. Líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) ficou com o posto que antes era de Arruda.

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"Independentemente da vacância ou não da relatoria da CPI, no meu entendimento o acordo pactuado que valeu para a substituição da presidência da comissão valeria também para a indicação do relator. Mesmo que o senador Arruda tivesse se retirado da CPI, caberia à base do governo indicar o seu substituto", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Os congressistas do governo ameaçam travar todas as comissões de inquérito do Congresso se a oposição não devolver a relatoria da CPI das ONGs. O senador tucano Arthur Virgílio já avaliava ontem possibilidade de a oposição ceder à pressão governista a fim de não inviabilizar outras comissões do Congresso.

"O DEM e o PSDB vão se reunir na semana que vem e vamos encontrar caminhos para destravar as investigações sobre a Petrobras", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Não vamos dar pretextos para que não se fiscalize a Petrobras", emendou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Rebaixamento

Por ser alvo da CPI e de ter um ambicioso plano de investimentos para exploração do pré-sal em um momento de queda no preço do petróleo, a classificação da Petrobras foi rebaixada pela agência de risco Standard & Poor’s. A nota ("rating") da Petrobras de "BBB" passou para "BBB-" ontem. Apesar do rebaixamento, a companhia petrolífera ainda é considerada, com essa avaliação, "grau de investimento", ou seja, o risco de dar um calote é baixo. A Petrobras não fez comentários sobre o fato até o fechamento desta edição.

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