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Recuo

Democratas do DF mantém apoio ao governo local

A decisão do Diretório Distrital do DEM de manter o apoio ao governador José Roberto Arruda (sem partido), que deixou a legenda antes de ser expulso, causou um racha no partido ontem. A unanimidade no DEM-DF não se repete na Executiva Nacional, que teme que o partido seja identificado na eleição como "mensaleiro".

De um lado, o líder da legenda na Câmara dos Deputados, deputado Ronaldo Caiado (GO), quer acabar com o diretório no DF. Segundo Caiado, é uma incoerência Arruda ter saído do partido e o diretório regional apoiá-lo.

"Não há como expor o partido a essa situação (de apoio a Arruda). Esse não é o pensamento da Executiva Nacional. Vou entrar com pedido de dissolução do diretório", disse. "É uma afronta à decisão do Diretório Nacional. Se é contra o governador, é contra o governo", completou Caiado.

O presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), minimiza o racha e defende que a posição seja tomada em abril. "Ele tem o direito de fazer a proposta e conversaremos no momento certo. Não sou contra nem a favor."

O DEM-DF é presidido pelo vice-governador Paulo Octávio. Sobre a decisão de manter o apoio a Arruda, Paulo Octávio não vê contradição. "O partido continuará apoiando as ações do governo que constam no plano de governo aprovado em 2007 e que estão sendo bem implementadas em benefício da população. O partido (DEM no DF) tem a sua posição e tem agido da forma mais correta possível sempre tomando as decisões por unanimidade", afirmou.

Candidatura

Menos de 72 horas após anunciar que não concorreria ao governo, Paulo Octávio recuou ontem. Para ele, a palavra final será do DEM distrital. "Quando disse que não era candidato, quis dizer que não tinha me colocado como o candidato do partido. Só vamos discutir isso em junho", disse.

Folhapress

Os aliados do governador do Distrito Federal (DF), José Ro­­ber­­to Arruda (sem partido), na Câ­­mara Legislativa lançaram mão de uma manobra ontem e anunciaram o fim da CPI que foi criada para investigar o suposto es­­quema de pagamento de propina. Os governistas utilizaram a decisão do juiz Vi­­nícius Santos Silva, da 7.ª Va­­ra da Fazenda Pública, de afastar oito deputados distritais suspeitos de envolvimento no es­cândalo de corrupção para justificar o encerramento dos trabalhos. A decisão dos aliados ocorre um dia após a Polícia Federal confirmar o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, autor das denúncias, à CPI.

No entendimento dos deputados alinhados com Arruda, a decisão anula qualquer ato praticado durante a autoconvocação da Câmara, incluindo a escolha da composição da CPI. Outro argumento levantado pelos governistas é de que o requerimento de criação da CPI foi assinado por 22 dos 24 deputados, inclusive os oitos que tiveram o afastamento determinado pela Justiça.

Para os aliados do governador, ao determinar na sentença "a invalidade de todo ato deliberativo já praticado, no qual houve a interferência direta e cômputo do voto dos deputados ora afastados", o juiz encerrou a investigação.

Ex-secretário do governo Arruda e presidente da comissão, o deputado distrital Alírio Neto (PPS) negou ontem que tenha sido uma manobra governista a decisão de encerrar a CPI. De acordo com o deputado, "a manobra foi do juiz" ao determinar o afastamento de oito deputados distritais suspeitos de participar do esquema de arrecadação e pagamento de propina.

"Acho que a decisão judicial anula o requerimento que aprovamos nesta Casa da autoconvocação. Até decisão em contrário, a CPI está afetada pela decisão. Está nula desde o seu início", disse.

O deputado Batista das Cooperativas (PRP), outro aliado de Arruda, reforçou o entendimento. "O Judiciário não quer que esta Casa se manifeste. A CPI que era um instrumento legal para a apuração, inclusive já com convocações, foi anulada", afirmou.

O deputado Paulo Tadeu (PT), único representante da oposição da CPI, tentou evitar a manobra. "A decisão do juiz trata do processo de impeachment do governador. Em nenhum artigo o mesmo trata da comissão", argumentou.

Em funcionamento desde o dia 11 de janeiro, a CPI realizou duas reuniões. Na primeira, fo­­ram eleitos presidente e relator, e na outra conseguiram aprovar a convocação do ex-secretário Dur­­val Barbosa para prestar esclarecimentos e de 23 representantes de empresas que são citadas no inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga as denúncias de arrecadação e pagamento de propina.

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