Apesar da disposição do PSDB de abrir mão da relatoria da CPI das ONGs, o que deve possibilitar a instalação da comissão que investigará a Petrobras, líderes da base do governo se articulam com o objetivo de adiar o início dos trabalhos para depois do recesso parlamentar. As férias de meio de ano começam no dia 18 de julho e seguem até agosto. Depois disso, a aposta dos governistas é a de que o assunto perca destaque.

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Nesta semana, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), se reúne com a bancada da oposição para decidir se aceita ou não deixar a relatoria da CPI das ONGs. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), ressalta, no entanto, que é preciso definir qual das duas comissões é mais importante neste momento. Para ele, o governo está em posição confortável porque, se conseguir enterrar a CPI da Petrobras, terá desgaste junto à opinião pública, mas muito menor do que se for envolvido nas investigações da estatal.

Caso Virgílio deixe a relatoria, o discurso oficial da base aliada é o de que vão aceitar uma negociação sobre a CPI da Petrobras. Essa foi a condição apresentada pelos governistas para a instalação da comissão. A base aliada quer reconduzir o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) para o cargo com o objetivo de impedir que a oposição conduza as investigações. Arruda deixou a relatoria para assumir vaga de titular na CPI da Petrobras.

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O PSDB também afirmou que pedirá ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, abertura de investigação sobre os contratos assinados pela gerência de Comunicação da área de Abastecimento da Petrobras. Ontem, a Folha de S. Paulo revelou que o setor comandado pelo então funcionário Geovane de Morais repassou R$ 4 milhões em 2008, sem licitação, a duas produtoras de vídeo de Salvador que prestavam serviços a políticos do PT. Morais foi demitido por justa causa, em abril.

A Petrobras alega não ter identificado sinais de favorecimento ao PT e diz que, desde dezembro, apura supostas irregularidades.

"A reportagem da Folha confirma o que se sabia. A Petrobras é hoje o maior caixa de campanha do PT e da história do país’’, disse o senador Alvaro Dias, autor do requerimento de criação da CPI da Petrobras.