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Eduardo Campos, presidente do PSB, e Dilma: partido do pernambucano se afasta do PT e já se especula que ele esteja articulando candidatura presidencial | Marcelo Camargo/Folhapress
Eduardo Campos, presidente do PSB, e Dilma: partido do pernambucano se afasta do PT e já se especula que ele esteja articulando candidatura presidencial| Foto: Marcelo Camargo/Folhapress

Cenário estadual

Richa sacrifica o PSDB, mas aliados vão se enfrentar em grandes cidades

Dos dez maiores colégios eleitorais do Paraná, apenas em Curitiba e Ponta Grossa todo o grupo político de Beto estará unido nestas eleições

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PRB enfrenta o PT em 9 de 10 capitais

Último dos partidos a ser contemplado com um ministério no governo Dilma Rousseff, o PRB está em coligações opostas ao PT em oito das dez maiores capitais brasileiras. Braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, o partido só está ao lado dos petistas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Além disso, a principal aposta da legenda em 2012 é a candidatura de Celso Russomanno em São Paulo, vista como uma pedra no sapato do petista Fernando Haddad.

O PRB administra desde fevereiro o Ministério da Pesca, com o senador fluminense Marcelo Crivella. Além do PRB, do PSB e do PMDB, têm vaga no primeiro escalão de Dilma o PP (Cidades), o PCdoB (Esporte) e o PDT (Trabalho). Cada um dos três partidos está em coligações diferentes dos petistas em cinco das dez maiores capitais brasileiras (mais informações no infográfico).

Cabeças de chapa de PT e PDT se enfrentam em três dessas cidades – São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. O PCdoB terá dois confrontos diretos com os petistas, também nas capitais cearense e gaúcha, enquanto o PP apenas um, em Belém.

Oposicionistas também estão divididos

O racha nas eleições municipais de 2012 não se limita à base aliada de Dilma Rousseff. Os três principais partidos de oposição no Congresso Nacional – PSDB, DEM e PPS – só vão ficar juntos em três das dez maiores capitais brasileiras. Ainda assim, a união do trio em torno de um cabeça de chapa próprio só ocorre em Salvador, com a candidatura do deputado federal ACM Neto (DEM).

As outras duas únicas campanhas que unificaram os oposicionistas são lideradas por nomes do governista PSB – Luciano Ducci, em Curitiba, e Marcio Lacerda, em Belo Horizonte. Parceiros em coligações presidenciais em quatro das últimas cinco eleições, DEM e PSDB terão confrontos diretos no Rio de Janeiro, Manaus e Recife. Já o PPS só terá candidatos próprios em São Paulo (Soninha Francine) e Belém (Arnaldo Jordy), em ambos os casos sem estar coligado com qualquer dos dois parceiros.

Último partido da oposição ao governo Dilma, mas desalinhado aos outros três, o PSol terá candidato próprio em oito das dez maiores capitais. O nome mais forte do partido é Marcelo Freixo, que disputa a prefeitura do Rio de Janeiro.

Nove das dez maiores capitais brasileiras têm confrontos eleitorais entre candidatos de partidos com assentos no ministério da presidente Dilma Rousseff. O racha nas disputas municipais de 2012 começa a projetar um novo cenário para a sucessão presidencial. Principais aliados dos petistas na coligação de 2010, PMDB e PSB já estão de olho no Palácio do Planalto e enfrentam chapas com a participação do PT em sete dessas cidades.

Legenda do vice-presidente Michel Temer e no comando de cinco pastas do governo federal (Agricultura, Minas e Energia, Previdência Social, Turismo e Secretaria de Assuntos Estratégicos), o PMDB está em coligações diferentes do partido de Dilma em São Paulo, Salvador, Belém, Curitiba, Fortaleza, Recife e Porto Alegre. Nos três primeiros municípios da lista a disputa é direta entre cabeças de chapa dos dois partidos. É o caso da capital paulista, onde o peemedebista Gabriel Chalita enfrenta o petista Fernando Haddad.

Já o PSB, que tem o controle dos ministérios dos Portos e da Integração Na­cional, está em campos o­postos ao do PT em Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Belém, Manaus, Curitiba e Porto Alegre. Os confrontos diretos ocorrem nas capitais mineira, cearense e pernambucana. Nos três casos, a disputa envolve decisões nacionais.

"Um partido que cresce nas eleições municipais naturalmente ganha cacife para os próximos pleitos estaduais e federal. É uma cartilha que o próprio PT e o PSDB já seguiram", diz o cientista político Paulo Kramer, da Universidade de Brasília. Para ele, as rusgas de campanha geram novas possibilidades para 2014 e até para 2018.

Liderança emergente

Entre a base aliada, a avaliação é de que o aumento do peso eleitoral do PSB pode levar o partido a desbancar o PMDB da vice-presidência em um possível arranjo para a reeleição de Dilma. Há outras duas hipóteses: uma aproximação mais clara dos socialistas com o PSDB ou o lançamento da candidatura ao Planalto do presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Principal liderança política do Nordeste, onde o PSB administra quatro estados, Campos tem diálogo com petistas e tucanos. "No Nordeste se costuma dizer que os petistas não fazem alianças, apenas aceitam adesões. O PSB de Campos faz uma ponte entre aqueles que se identificam com a esquerda, mas não com a hegemonia do PT", afirma o cientista político Joviniano Neto, da Universidade Fe­deral da Bahia.

Entre as dez maiores capitais, o maior símbolo de uma possível ruptura entre PSB e PT é Belo Horizonte. Desde 2008 o prefeito Már­cio Lacerda (PSB) é sustentado por uma coligação que incluía petistas e tucanos. A parceria acabou na semana que passou graças a uma manobra para tirar o PT da chapa de situação para a Câmara de Vereadores.

"Essa manobra transformou uma das eleições mais mornas do Brasil em uma disputa de tudo ou nada, com reflexos nacionais", explica o cientista político Bruno Pinheiro Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais. Por intervenção direta de Dilma, o PT decidiu lançar de última hora o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias para enfrentar Lacerda, que tem como cabo eleitoral o senador e presidenciável tucano Aécio Neves.

O cenário é parecido ao de Curitiba, onde o PSDB do governador Beto Richa está com o PSB de Luciano Ducci, que disputa a reeleição contra Gustavo Fruet, recém-filiado ao PDT e coligado ao PT. "Interessa ao Aécio produzir o maior número possível de marolas na relação entre PSB e PT para se cacifar em 2014. Mesmo que o PSB decida tomar um outro rumo", resume Reis.

No Rio, Paes é exceção com chapão de 20 partidos

A única exceção na série de nove confrontos entre partidos da base aliada nas dez maiores capitais do país ocorre no Rio de Janeiro. O atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), conseguiu formar uma coligação com 20 partidos e aglutinou apoio das sete legendas com participação no ministério de Dilma. O arranjo garantirá ao peemedebista 16 minutos e 24 segundos diários no horário eleitoral gratuito de televisão, contra 3 minutos e 28 segundos do principal adversário, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), que só coligou-se com o PR.

Entre as dez cidades do levantamento, a segunda maior coligação é a de Márcio Lacerda (PSB), com 19 partidos. Em terceiro fica a de Geraldo Júlio (PSB), no Recife, que tem o apoio de 16 partidos. Na sequência aparecem as chapas do prefeito Luciano Ducci (PSB), em Curitiba, e de Nelson Pelegrino (PT), em Salvador. Ambas têm 15 legendas.

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