Base e oposição começam a defender que Congresso investigue lista de Furnas

As declarações do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) repercutiram na Câmara nesta quinta-feira e tanto parlamentares da base aliada quanto da oposição começam a defender que o Congresso faça uma investigação da lista com nomes de parlamentares de partidos aliados do governo passado que teriam recebido dinheiro de um suposto esquema de corrupção montado pelo ex-diretor de Furnas Centrais Elétricas Dimas Toledo. O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), acha que será inevitável uma investigação pelo Congresso.

- É inevitável. Eu acho que há excessos na lista, mas tem que se investigar. E essa investigação ganha relevância com a declaração do Roberto Jeferson de ontem porque ele legitima parte da lista. Temos que investigar até para saber o que é real e o que é apócrifo - disse o tucano, que ironizou o trabalho da Polícia Federal:

- Veja como a PF é eficiente quando quer. No caso do Marcos Valério até agora não concluíram o inquérito.

O líder do PT, Henrique Fontana (RS), também defendeu uma investigação das denúncias, mas elogiou o trabalho da PF.

- Esse, como todo e qualquer assunto, deve ser investigado com seriedade. Esta lista precisa ser apurada com toda profundidade. Ao contrário do que fazem os nossos adversários, eu utilizo o sistema de presunção de inocência. Eu não posso sair dizendo que o José Serra recebeu aquele dinheiro de caixa dois, que o Geraldo Alckmin recebeu aquele dinheiro de caixa dois. Eu preciso defender uma investigação séria, aprofundada e criteriosa. A PF está trabalhando em silêncio, não privilegiando governo ou oposição. Há indícios fortes que têm ser investigados - afirmou.

O deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) também defendeu a investigação pelo Congresso, sugerindo que isso poderia ser feito pela CPI dos Correios. O pefelista disse que desde o início a CPI deveria ter sido mais ampla e investigado as denúncias envolvendo Furnas, Petrobras e o Departamento de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit), e não apenas os Correios.

- Não sei de que que forma. Não sei se prolongando a CPI dos Correios? - disse Lorenzoni.