O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse nesta terça-feira que, no limite, a base poderá ter dois candidatos à presidência da Câmara: Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
- Há um consenso entre os presidentes dos partidos da base aliada de que, no limite, pode-se ter dois candidatos sem que haja ruptura - declarou o ministro, observando, porém, que tudo vai depender da possibilidade de a chamada terceira via, ou seja, um candidato de oposição, se mostrar competitiva ou não. Na segunda-feira, um grupo suprapartidário se reuniu por quatro horas mas não chegou a consenso sobre quem poderia ser o candidato alternativo.
Tarso, que na terça-feira à noite se reuniu com presidentes e representantes de 11 partidos aliados (PSC, PSB, PCdoB, PMDB, PP, PR, PV, PT, PDT, PTB e PRB), afirmou que a intenção é que haja um candidato único. A maioria dos líderes demonstrou preocupação com a possibilidade de surgimento de uma terceira candidatura capaz de polarizar e dividir os votos da base num segundo turno da eleição para a presidência da Câmara. Eles avaliam que o problema real no momento não é a base ter dois candidatos, já que ambos são da coalizão de governo, e sim, a possibilidade de surgir um terceiro candidato que atraia votos da base. Os líderes da base vão continuar negociando a unificação da candidatura. PT e PCdoB farão reunião separada nesta terça.PMDB reúne bancada para discutir candidaturas
Nesta tarde, o PMDB reúne sua bancada para debater a questão. Para Tarso, essa reunião é essencial para definir o rumo das conversas.
- O presidente do PMDB, Michel Temer, disse ontem que o partido não lançará candidato - adiantou o ministro.
A terceira via esperava contar com algum nome do PMDB para lançar uma candidatura alternativa às de Aldo e Chinaglia.
Tarso, que na nota distribuída pela manhã à imprensa afirmara que o governo "não pode, não deve e não escolherá um dos candidatos", afirmou que o governo "irá acompanhar a discussão na base aliada, sugerir, incentivar o diálogo".
- Vai chegar um determinado momento em que eu vou emitir, em nome do governo, determinado juízo sobre quem parece, a nós do governo, quem teria maioria - disse Tarso, negando, no entanto, que o governo esteja se intrometendo na disputa:
- O Palácio não tem força imperial para enquadrar o partido. Mas nada impede que o governo tenha opinião.
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