A Assembleia Legislativa rejeitou ontem o convite da bancada de oposição para que o secretário estadual do Planejamento, Cassio Taniguchi, fosse à Casa prestar esclarecimentos a respeito do projeto "Tudo Aqui Paraná". Com 25 votos contra 17, porém, a votação foi apertada e expôs divergências na base governista. Antes da votação, o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), inclusive chegou a ressaltar, em tom de ameaça, as consequências de se "afrontar o governador".
Pelo programa, que ainda está em fase de licitação, uma empresa será contratada pelo Executivo para implantar e operar nove unidades de atendimento ao cidadão no Paraná. Feito na modalidade de parceria público-privada (PPP), o projeto prevê a instalação de centros de atendimento em Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. O valor total do contrato, que será de 25 anos prorrogáveis por mais 25, é de quase R$ 3 bilhões R$ 9,9 milhões mensais. Diante da elevada quantia financeira envolvida, a oposição pediu que Taniguchi desse os esclarecimentos necessários no plenário da Assembleia.
O pedido, porém, acabou derrubado numa votação relativamente apertada, em que Traiano chegou a ameaçar indiretamente os colegas governistas que votassem a favor de uma "imposição da oposição". Como os apelos não surtiram 100% de efeito, o tucano foi até a assessoria que controla o painel eletrônico e, visivelmente irritado, solicitou a lista da votação.
"Foi uma ameaça declarada do líder do governo, que queria que todos da base votassem contra o convite, como se não pudéssemos ter opinião própria", criticou Roberto Aciolli (PV). Para contemporizar, Traiano se comprometeu a intermediar uma reunião entre os deputados interessados e Taniguchi na sala da liderança do governo.
