Depois de ouvir elogios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua gestão, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pediu que o presidente faça no segundo mandato um governo de mudança, e não apenas de continuidade. Segundo ele, é para isso que Lula foi reeleito. Para aprimorar a democracia, o ministro disse que é preciso avançar em áreas como educação, saúde, segurança e transporte.
- As pessoas que votaram no senhor não esperam um governo de continuidade, mas um governo de mudança. Uma democracia mais concreta, que signifique avanços na direção da população, em mais educação, saúde, segurança e transporte - discursou Bastos na cerimônia de entrega do prêmio Innovare - a Justiça do Século XXI, uma espécie de despedida do ministro do governo.
Ao falar do prêmio Innovare, o ministro disse que uma Justiça oxigenada e rápida é essencial numa democracia.
- Desde 2003 que nós temos certeza de que o país só vai realmente se tornar uma democracia na medida em que ele for portador de uma Justiça democratizada, oxigenada, perto do povo e rápida. Nós temos grandes avanços nesses quatro anos, mas temos de avançar mais e vamos continuar nessa direção - disse.
Lula discursa na cerimônia de entrega do III Prêmio Innovare, que homenageia as melhores práticas no Judiciário - Agência Brasil
Além de falar bem da gestão do ministro, Lula elogiou a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmando que o órgão contribui para a moralização da Justiça, para o combate ao nepotismo e ajuda a disciplinar os subsídios.
No discurso, o presidente criticou a demora para a liberação de empreendimentos no país. Ele citou os vencedores do prêmio, dizendo que esses não precisaram fazer passeatas, marcar audiências com o presidente, nem mudaram as leis, apenas mudaram seu comportamento.
- Tenho utilizado a palavra destravar o país. Tem um bloqueio secular nas mais diversas áreas - disse Lula, citando o caso da dívida ativa, que só a do Tesouro Nacional chega a R$ 380 bilhões e a da Previdência, a R$ 180 bi.
Lula lembrou que apenas a discussão administrativa dessas dívidas pode levar até sete anos. O presidente afirmou que é preciso mudar os procedimentos: seguir todas as normas legais, mas dedicar 30 segundos para pensar no que uma decisão pode prejudicar ou beneficiar uma sociedade. Ao dizer que o compromisso dos atuais governantes é deixar para as próximas gerações um país melhor que o recebido, Lula argumentou que o ser humano deve ser uma "metamorfose ambulante".
- É melhor a gente ser especial no tratamento com a população, do que ser a mesmice - disse Lula.
Ele mais uma vez voltou a criticar a imprensa, afirmando que há uma cultura predominante, onde as notícias boas não merecem destaque, mas as ruins, sim. Para ele, do ponto de vista econômico, parece que a notícia ruim rende mais.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Avião comercial e helicóptero militar colidem em Washington, nos EUA
Girão cita riscos com possível volta de Alcolumbre à presidência do Senado
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Deixe sua opinião