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Respostas comentadas do simuladinho de Matemática |
Respostas comentadas do simuladinho de Matemática| Foto:

Antônio Anibelli (PMDB), de 63 anos, deputado estadual que está na 9.ª legislatura e hoje é o atual vice-presidente do Legislativo estadual se destaca na Assembléia Legislativa do Paraná (AL) como o deputado mais polêmico da Casa. As frases do peemedebista têm características próprias e deixam muitos colegas de parlamento e cidadãos comuns indignados. Esse foi o caso do leitor da Gazeta do Povo, João Augusto Moliani, que contra-argumentou uma declaração de Anibelli quando ele disse que o Legislativo estadual não era nem um circo nem uma praia, para justificar a proibição de pessoas calçadas com chinelos no local. Segundo Moliani, "são tantas as palhaçadas e tão pouco trabalho que tudo leva a pensar que se trata ora de um circo, ora de uma praia".

Mas esses tipos de reações não incomodam o deputado. Para ele, o importante é ser sincero e autêntico, palavras que, em seu vocabulário, substituem polêmica. Em entrevista à Gazeta do Povo, Anibelli mostrou-se, mais uma vez, sincero, autêntico e ... polêmico.

Os jornalistas que fazem a cobertura da Assembléia Legislativa destacam o senhor como um deputado polêmico, que fala o que pensa. O senhor se considera polêmico?Sou autêntico, sincero. Os que ficam contra, em muitos casos, é que são falsos. Criticam o governo e, em época de campanha, ficam atrás do governador pedindo apoio e aparecendo para prefeitos. Eu vou atrás do que quero. Falo o que penso e como penso. Eu não engano, não minto para a população. Se pode, pode; se não pode, não pode. Já surrei um deputado, o Paulino Delazari, há 20 anos, porque ele mentiu. Eu era o presidente da Assembléia Legislativa. Quer um exemplo, faço assistência social mesmo, dou cadeira de rodas, dinheiro para remédios. Sei que quem pede um cadeira de rodas não é porque vai vender, é porque precisa.

No caso da aposentadoria dos deputados, o senhor defende o fundo previdenciário. Por quê?Existia já um acordo do ex-presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), com o governador Requião, para que o projeto de aposentadoria fosse sancionado. Mas não sei por que o governador resolveu vetar. Para mim, é justa a aposentadoria para os deputados porque assim eles podem exercer o mandato com dignidade e com a vida preservada. Presidente, governador e os deputados federais têm aposentadoria, por que os do Paraná não podem ter? O projeto é legal e constitucional. O que existe é uma falsidade. Se os deputados ganhassem mais, parariam com toda essa pressão, pois assim poderiam ser extintos os demais benefícios extras, que são penduricalhos. Um deputado tinha que receber como um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que é de cerca de R$ 24 mil. Mas como o Legislativo é o Poder mais fraco, a imprensa pressiona. Bater em político dá Ibope, uma vez que a maioria dos políticos está desmoralizada.

O senhor vai requerer essa aposentadoria da Assembléia Legislativa?Não. Eu não preciso, pois já sou aposentado da casa, como procurador. Mas sou solidário aos meus companheiros.

O PT e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR) prometeram entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o projeto. O que o senhor acha disso?O PT está fazendo isso por ser falso. São falsos moralistas. Em Brasília, todos os parlamentares contribuem para a previdência do Congresso. Mas os petistas só mostram a cara nas ocasiões boas. E a OAB deveria cuidar dos advogados picaretas, dos exames da OAB e da sede faraônica que construiu. A OAB tem plano de aposentadoria, todo mundo tem. Mas se entrarem com uma ADI, vão perder, pois o projeto é constitucional.

Mudando de assunto, o que o senhor pensa sobre o nepotismo?Penso que eu ponho para trabalhar quem eu quero, que tenha competência. É melhor nomear parente do que dar concessão de estradas a amigos. Em uma cidade do interior, pelo menos 10% ou 20% da população é parente entrelaçado. E se o prefeito não chamar um parente para trabalhar, vai administrar como? E penso ainda que a imprensa está batendo firme no governo porque não está recebendo. Há saudades do ex-governador Jaime Lerner, que deu muito dinheiro para a mídia.

O que o senhor tem achado do trabalho da oposição?A oposição está sendo muito competente, às vezes, até abusando.

O que o senhor considera que há de bom na atual administração do estado?A moralidade é o ponto principal. Foi isso que elegeu o Requião. Há ainda o incentivo às pequenas empresas, a educação melhorou, houve a melhoria das estradas, o aumento de salário dos professores e a briga contra o pedágio, que continua. Mas o governo vai deslanchar mesmo a partir do ano que vem.

O que há de ruim nesta gestão do Paraná?Não diria ruim, mas que precisaria haver mudanças. Se eu fosse consultado, diria que deveria mudar o secretário estadual da Saúde (Cláudio Xavier), que não desempenha bem a função. As polícias também precisariam melhorar, com mais policiais. Mas o estado faz o que pode. A arrecadação também poderia ser melhor.

O senhor falou em segurança. Nessa semana foi seqüestrado o filho do vice-governador...Mas seqüestros relâmpagos não são de hoje. Meu filho e a namorada dele já foram seqüestrados há uns três anos. Agora, a população cresce e não dá para pôr um policial para cada pessoa. No caso dos bancos, por exemplo, eles deveriam dar segurança aos clientes. Só que há uma falsidade, demagogia nas reclamações. A falsidade está, por exemplo, na campanha para acabar com o porte de armas. Sou contra isso. Se o bandido sabe que temos armas em casa, ele vai ficar em dúvida antes de invadir a propriedade, porque sabe que pode levar um tiro na cara. E sou a favor da pena de morte para latrocínios e estupros, por exemplo. Se matássemos meia dúzia de vagabundos, serviria de exemplo. Se fazem alguma coisa dessas com a minha família, eu não esperaria a Justiça. Sou católico, apostólico e romano e praticante, mas defendo a pena de morte.

Para o senhor, o Roberto Requião faz o sucessor em 2010? E quem seria o candidato do PMDB?O vice-governador, Orlando Pessuti. O Requião também acha que o Pessuti é um bom nome. E com o Requião saindo como candidato a presidente da República ou vice, teríamos mais chances.

O senhor acha que o Requião consegue passar na convenção do PMDB para ser candidato a presidente do país?Claro. Os senadores Joaquim Roriz, Renan Calheiros e José Sarney, que são os contra, estão desmoralizados. E o PMDB terá a obrigação de lançar um candidato próprio. O nome é Requião. Mas se isso acontecer, o Pessuti talvez não possa disputar o governo do Paraná, pois teria de haver uma aliança e um aliado indicaria o candidato a governador no estado.

Na opinião do senhor, o PMDB deve ter candidato a prefeito de Curitiba no ano que vem? Qual seria esse nome?Claro que sim. O grande erro do PMDB foi não ter lançado o Gustavo Fruet candidato a prefeito da capital em 2004. E além de tudo, perdemos um excelente deputado. Para 2008, vejo o nome do Rafael Greca (presidente da Cohapar) como o melhor.

E o senhor vai disputar mais um mandato para deputado estadual em 2010?Não. Esse é o meu último. Na próxima eleição vou lançar o meu filho, Antônio Anibelli Neto como deputado. Eu completarei 36 anos como parlamentar, meu pai foi por 24 anos. Somando, são 60 anos de deputado na família. E o meu filho e meu neto completarão os 100 anos.

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