Em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ativista italiano Cesare Battisti diz que está em greve de fome, desde sexta-feira, para evitar sua extradição à Itália, onde foi condenado à prisão perpétua sob acusação de participar de quatro assassinatos na década de 70.
O processo de Battisti está no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve retomar o julgamento na quarta-feira. Conforme o Estado apurou, o STF deve autorizar a extradição, mas não tomará nenhuma decisão para obrigar o presidente a entregá-lo ao governo da Itália. Ficaria a cargo de Lula decidir o que fazer.
Militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Battisti está preso desde 2007 na penitenciária da Papuda onde aguarda a decisão sobre o pedido de extradição, feito pelo governo italiano.
Na carta, Battisti nega os crimes, diz que não teve direito a julgamento justo e repete que, se for mandado para a Itália, será assassinado: "Sempre lutei pela vida, mas, se é para morrer estou pronto, mas nunca pela mão dos meus carrascos.
A carta foi levada ao Planalto pelo senador José Nery (PSOL-PA), que apoia a libertação de Battisti e o visitou na prisão. O senador relatou que o ativista sofre de hepatite e está física e emocionalmente debilitado. Segundo ele, a carta teria sido entregue por assessor da Presidência a Lula antes de seu embarque, neste fim de semana, para visitas a França e Itália.
Battisti foi beneficiado com status de refugiado político, concedido este ano pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. O STF, na fase inicial do julgamento, declarou ilegal esse ato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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