Opinião
Presidenciáveis divergem sobre a autonomia do BC:
"O Banco Central não é a Santa Sé. [...] Se houver erros calamitosos [no BC], o que é perfeitamente possível diagnosticar, o presidente tem de fazer sentir sua posição."
José Serra, pré-candidato do PSDB.
"Eu defendo a autonomia do Banco Central. Relações institucionais têm que se pautar pela maior tranquilidade possível, pela serenidade."
Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.
"A experiência brasileira mostra que foi acertada a autonomia do BC. É uma autonomia não institucionalizada."
Marina Silva, pré-candidata do PV.
São Paulo - O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem que a taxa de juros no país deveria ter sido reduzida no passado e destacou que o Banco Central não é a Santa Sé, ao comentar sobre a autonomia do BC. "O Banco Central não é a Santa Sé. Não sou contra incentivos tributários, mas é preciso um mecanismo que não puna os municípios", disse ele em entrevista à rádio CBN.
Ao defender um controle maior sobre as ações do BC, o tucano afirmou que se houver "erros calamitosos", o presidente deve interferir e opinar. "O presidente tem que fazer sentir sua posição." Segundo ele, o Brasil continua com a maior taxa de juros do mundo apesar de não ter sofrido maiores consequências com a crise econômica.
A declaração do tucano irritou a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. "Defendo a autonomia operacional do Banco Central. Acho que relações institucionais têm se pautar pela maior tranquilidade possível, pela serenidade. Sempre tivemos uma relação muito tranquila com o Banco Central, de muito pouca turbulência, de muito pouca confusão", declarou.
Dilma evitou conjeturar sobre se o BC perdeu chances de baixar os juros quando os preços internos estavam em queda após a crise econômica internacional no final de 2009. "É uma coisa muito complicada a gente raciocinar no 'se'. O BC tem um registro de cuidado e cautela."
A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência, também defendeu ontem a autonomia do Banco Central e disse que foram os instrumentos da política e econômica que ajudaram o país a sair da crise econômica. "A experiência brasileira mostra que foi acertada a autonomia do BC. É uma autonomia não institucionalizada. A não institucionalização é boa para evitar o que aconteceu na Argentina", afirmou a senadora, lembrando que a inflação atinge principalmente os mais pobres.
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