Em rápida passagem por Altamira (PA) para o ato em apoio à construção da usina de Belo Monte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a hidrelétrica é essencial para que a região deixe de ser apenas exportadora de minério de ferro e passe a exportar produtos de valor agregado. Ele dedicou a maior parte do discurso de 8 minutos a críticas contra cerca de 20 manifestantes - a maioria estudantes - que estavam no Estádio Municipal do Bandeirão, protestando contra a usina.

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"Quando tinha a idade deles, eu ia para o Paraná protestar contra a usina de Itaipu", lembrou. "Diziam que ia inundar a Argentina. Os contrários, como esses meninos, por falta de informação, diziam que o Lago de Itaipu ia provocar terremoto. É por essas fantasias construídas que a gente não deve ter medo de debate", afirmou o presidente, acrescentando que o estado do Pará e o Xingu não podem prescindir de Belo Monte.

O presidente informou ainda que serão destinados R$ 4 bilhões para programas sociais nas regiões próximas da usina. Sem citar o nome do cineasta americano James Cameron, Lula criticou sua vinda ao Brasil para protestar contra a hidrelétrica. "Os manifestantes certamente ficaram encantados com o americano que veio aqui. Deveriam ir lá no Golfo do México para retirar o petróleo", afirmou o presidente, referindo-se ao vazamento da British Petroleum (BP) na área.

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No Estádio Bandeirão estavam reunidas de 8 mil a 10 mil pessoas, um número abaixo da expectativa do governo do estado, que pretendia reunir 20 mil. Do lado de fora, cerca de 100 manifestantes fizeram passeata de protesto contra a usina.

O evento contou com a presença da governadora do Pará, Ana Julia (PT), que foi vaiada, ministros e 11 prefeitos das cidades que serão beneficiadas pela usina. Entre as autoridades, a prefeita de Altamira, Odileida Maria Sampaio, que é do PSDB, entregou ao presidente a Medalha da Ordem de Mérito do Xingu.