O secretário de estado de segurança, José Mariano Beltrame, presente neste sábado (10) no enterro do policial civil Eduardo Henrique Mattos, de 35 anos, morto em operação no Morro do Adeus, em Ramos, subúrbio do Rio, na sexta (9), mostrou insatisfação quanto à visita do relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Philip Alston, ao dizer que "não tem expectativa de um bom resultado do relatório que foi feito".
A ausência de militantes de movimentos dos direitos humanos no enterro também motivou críticas do chefe de polícia civil Gilberto Ribeiro.
O delegado-titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Rodrigo Teixeira, acha que seu agente vitimado estava de folga no dia e se apresentou voluntariamente para ajudar no resgate de uma equipe da Polícia Civil. Colegas disseram que seu salário era de R$ 1.600, mas que ele tinha "força de vontade".
"Me causa estranheza não ter nenhum representante de direitos humanos aqui. A sociedade tem muito a perder com a morte desse rapaz", criticou o delegado Rodrigo Teixeira.
O secretário José Mariano Beltrame disse que a comissão da ONU deve contribuir "muito pouco" para o Rio de Janeiro. "É uma opinião pessoal, mas notei um despreparo total. As perguntas que foram feitas à comissão que montei para receber a ONU foram básicas e deixaram claro que as pessoas que vieram aqui não tinham nem dados da internet", criticou.
O secretário nacional de Segurança Pública, Antônio Carlos Biscaia, também esteve no enterro do policial em "apoio à política de segurança" do estado. "Entendo que existam dois lados. A sociedade tem que ver qual o lado que tem que ser prestigiado", disse Biscaia, que chegou ao Rio na noite de sexta (9).
Morto com tiro na cabeça
A morte do policial, atingido na cabeça dentro de um helicóptero por um tiro de fuzil calibre 223, segundo a polícia, comoveu centenas de amigos, policiais e familiares que estiveram no sepultamento. Ele estava há seis anos na Core. O enterro foi feito no Mausoléu do Policial no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio.
A operação em que o agente morreu também teve outras três mortes e terminou com 15 pessoas detidas. A ação foi iniciada pela 21ªDP (Bonsucesso) para dar apoio a um oficial de justiça que tentou cumprir dois mandados de busca e apreensão no Morro do Adeus. Policiais da 21ª DP foram encurralados pelos traficantes e tiveram de pedir auxílio ao Core.
O delegado Aldari Vianna, titular da 21ª DP (Bonsucesso), disse que o tiroteio foi contínuo por quase uma hora e obrigou o helicóptero a fazer diversas manobras. "O helicóptero fica vulnerável quando faz curva", lamentou.
Agente tinha curso na Swat
O agente Eduardo Henrique Mattos fazia parte da tripulação do helicóptero águia e era considerado um policial experiente, com diversos cursos de operações táticas como o da Swat (a tropa de elite americana). Ele fazia parte da equipe que resgatou o delegado Rodrigo Oliveira na operação da Polícia Civil no Morro da Coréia.
O chefe de polícia Gilberto Ribeiro diz que vai ser difícil identificar de onde veio o disparo.
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