O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que 28% do valor total de ativos e passivos do balanço do governo federal têm distorções graves o que compromete a credibilidade das demonstrações contábeis da União. Segundo o relator do processo, ministro Raimundo Carreiro, são problemas que precisam ser corrigidos, pois o patrimônio líquido da União pode estar superavaliado em mais de R$ 2 trilhões.
O alerta para essas distorções no balanço da União faz parte do conjunto de ressalvas feito pelo TCU às contas da presidente Dilma Rousseff relativas a 2013. Ontem, o tribunal recomendou ao Congresso a aprovação das contas, mas emitiu 26 ressalvas à contabilidade do governo federal.
De acordo com Carreiro, o governo não evidencia despesas futuras com o regime próprio de previdência, militares inativos, pensionistas militares e regime geral da previdência social. Isso significa que o passivo real do governo pode ser muito superior ao divulgado. "O balanço fica incompleto, pois não temos o potencial de despesas para os próximos anos", afirmou.
Carreiro criticou também o crescimento dos restos a pagar despesas que o governo não paga em um determinado ano e deixa para orçamentos seguintes. "É praticamente um orçamento paralelo, e o governo chega a acumular quatro", afirmou.
Na avaliação do presidente do TCU, Augusto Nardes, é fundamental levantar essas informações, uma vez que o governo gastou R$ 455 bilhões no ano passado apenas com previdência e assistência social.
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