O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou ontem que determinou que seja feita uma verificação da grade de programas da E-Paraná, emissora de tevê administrada pelo governo paranaense. A ordem seria uma resposta à denúncia feita pelo PT curitibano de que a emissora teria "censurado" a presidente Dilma Rousseff e o ministro das Cidades, Mário Negromonte, no último dia 13.
A presidente e o ministro estiveram em Curitiba para anunciar a liberação de R$ 1 bilhão para a construção da primeira linha do metrô curitibano. A tevê governamental transmitiu os discursos do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), e do governador Beto Richa (PSDB). Durante o discurso de Negromonte e em parte do pronunciamento de Dilma, porém, a transmissão foi interrompida e a emissora voltou a exibir sua grade normal.
O PT curitibano enviou um ofício ao Ministério das Comunicações afirmando que houve censura. A emissora nega que tenha havido critérios políticos na transmissão. Segundo nota da emissora, houve "problemas técnicos" durante a transmissão do evento.
Bernardo diz que a ideia é ver se a E-Paraná está seguindo a legislação das tevês educativas. Para o ministro, o que aconteceu no dia 13 "não foi normal". "Temos de ver se a programação da emissora está atendendo a todos os critérios exigidos pela lei. Não adianta restringir a discussão a um fato pontual", afirmou o ministro, ontem, em Curitiba.
A assessoria de imprensa do governo do estado informou que a atual gestão não se opõe a qualquer análise de sua programação e que o governo pretende colaborar com qualquer apuração sobre o tema.
Gisele Bündchen
Paulo Bernardo afirmou ontem que considera correta a postura da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para Mulheres, de denunciar possível sexismo na campanha publicitária da empresa Hope, que mostrava a modelo Gisele Bündchen usando lingeries para "amenizar" más notícias que estaria contando ao marido. A ministra pediu à empresa e ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) que tirassem o anúncio do ar.
Para Bernardo, isso não significa que o governo tenha qualquer intenção de fazer censura. "Se a ministra acha que os direitos das mulheres foram feridos, tem de falar. Ela está lá para isso mesmo", disse.
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