Osmar Bertoldi se pronunciou obre a acusação de agressão a ex-noiva e disse que durante briga apenas se defendeu| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

O suplente de deputado federal Osmar Bertoldi (DEM) e sua ex-companheira, a administradora de empresas Tatiane Bittencourt, vieram a público nesta segunda-feira (21) para dar suas versões sobre a possível agressão que ela teria sofrido. Bertoldi foi exonerado do cargo de diretor da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) por “quebra de confiança”. A Cohapar informou que exonerou Bertoldi.

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Bertoldi foi denunciado por agressão e outros crimes; segundo laudo, ele também foi agredido pela ex

Com base no boletim de ocorrência registrado pela administradora de empresas Tatiane Bittencourt em agosto, no último dia 4 de dezembro, o Ministério Público formalizou uma denúncia contra Osmar Bertoldi, pelos crimes de ameaça, constrangimento ilegal, lesão corporal, cárcere privado, estupro e contravenção penal de vias de fato.

No período, a Justiça impôs medidas restritivas contra o político, com uso de tornozeleira eletrônica, proibição de se aproximar da residência da vítima, impossibilidade de se ausentar da cidade e comparecimento mensal ao juízo enquanto durasse a ação penal. Com um habeas corpus, do último dia 8, o político conseguiu derrubar o monitoramento eletrônico, alegando que precisava se deslocar de uma cidade a outra a trabalho.

Bertoldi enviou a reportagem quatro documentos: uma nota oficial, a decisão sobre o habeas corpus, a revogação do monitoramento eletrônico, e um laudo do Instituto Médico-Legal em que constam constatações de agressões ao político, como escoriações, roxidão, e movimentação de um dente de Bertoldi.

Tatiane diz que, em agosto, o político começou a apresentar comportamento opressor, fazendo ela desistir do casamento. Foi quando, segundo ela, ele a agrediu e a manteve em cárcere privado. “Ele me deu um soco, eu caí, e ele continuou me batendo. Chegou ao ponto de me chutar”, conta.

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Ela diz que foi mantida em cárcere privado na casa do político, com ajuda de seus funcionários, que diziam a amigas que ela estava viajando. Tatiane diz que, mesmo sob ameaças, registrou boletim de ocorrência depois do ocorrido.

Bertoldi admite que teve uma briga com a ex-noiva na ocasião, mas que apenas se defendeu de agressões. Depois de uma semana, ele diz que ambos registraram boletim de ocorrência. Ele nega que tenha mantido Tatiane trancada. “Ela permaneceu na minha casa por livre e espontânea vontade”, diz.

O político alega que, no período, Tatiane tinha acesso às chaves da casa, fez ligações e postagens nas redes sociais, e recebeu a visita de amigas. “Quem em cárcere privado recebe visitas?”, questiona.

Ele diz que, depois do episódio, o casal tentou retomar o relacionamento e, inclusive, manteve a rotina de saídas e chegou a comprar alianças de casamento. Ela alega que o político a procurava em casa, mesmo sob medidas restritivas (leia mais ao lado), e que chegou a recebê-lo e sair com ele, mas porque tinha medo de novas agressões. “Ele continuou impondo que eu deveria ficar com ele, então eu tentei ficar sem brigar com ele, para não expor meus filhos a qualquer violência, até sair a denúncia”, diz.

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Documento

Durante o possível cárcere, Tatiane diz que foi obrigada a assinar um documento de dissolução da união estável com Bertoldi. Mas, como o acordo teria sido montado de maneira ilegal, depois, segundo ela, o advogado do político procurou o defensor dela para reconstruir o documento. Foi quando teria sido construído um acordo com um valor de indenização de R$ 1,7 milhão para Tatiane. “Tínhamos valores compartilhados no cartão de crédito”, explica ela. Bertoldi diz que ela o extorquiu, exigindo o valor para não levar o caso a público.

“Ela veio a público quatro meses depois porque a gente não chegou a um acordo, nem no regime do casamento: ela queria comunhão de bens e eu queria com separação”, diz Bertoldi. “Ele me acusa de extorsão, mas você casaria com alguém que te extorquiu de alguma maneira?”, questiona a administradora.

Tatiane diz que possui várias testemunhas e provas sobre as agressões sofridas pelo político. “Ele foi várias vezes em locais públicos atrás de mim, violando as medidas protetivas”, diz. Bertoldi alega que também pode provar a extorsão sofrida. “Este fato todo é lamentável, sou um homem apaixonado que ficou cego. Tenho certeza que vou provar na justiça o que estou falando”, finaliza.