Os principais representantes do Campo Majoritário saíram em defesa do deputado José Dirceu (PT-SP) na reunião de coordenação do partido. Para o secretário-geral do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), não há razões suficientes para levar Dirceu e outros deputados que receberam dinheiro das contas de Marcos Valério para a comissão de ética do partido.
- O PT não pode agir como instância paralela da CPI. Não vai tratar de questões individuais, agindo a cada caso. No caso do ex-tesoureiro (Delúbio Soares) ficou clara a quebra de decoro partidário. Ele expôs o partido. Não entendemos que haja razão suficiente, no momento, para investigar os outros - disse Berzoini.
Ele enfatizou que os deputados que cobraram na reunião e em entrevistas à imprensa que Dirceu dê explicações são os mesmos que vêm atuando numa linha de oposição ao partido e ao governo.
- São deputados que fazem marcação partido e governo, em linha de oposição. Respeito a posição deles, mas eles tentam instrumentalizar a imprensa contra o partido e aproveitam disso nesse momento tenso - reagiu Berzoini.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), também não vê motivos para cobrar explicações de Dirceu. Para ele, os depoimentos da CPI são contraditórios. Chinaglia reconheceu, no entanto, que há uma insatisfação na bancada.
- É público e notório que a direção nacional do partido não tinha conhecimento dos empréstimos e a bancada também não. Há uma insatisfação e ninguém sabe de toda a história - afirmou.
Na reunião, Berzoini fez um relato das ações da nova Executiva. Contou que o PT teve que fazer uma espécie de "busca e apreensão" na casa de Delúbio e que ele não queria devolver o carro Marea blindado de propriedade do PT. Disse também que dois terços da Executiva não sabia nada sobre os financiamentos feitos por Delúbio e disse que só neste mês o partido acumula dívidas de R$ 1,5 milhão.
O líder licenciado da bancada, Paulo Rocha (PA), fez um depoimento longo e emocionado para explicar os saques feitos da conta de Marcos Valério. Voltou a responsabilizar Delúbio.
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