Berzoini: Setor aéreo precisava de uma chacoalhada

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse em Belo Horizonte que a mudança no comando do Ministério da Defesa vai permitir que o país tenha tranqüilidade no setor aéreo e ajuste a relação entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com a Aeronáutica.

- Não é possível suportar mais meses de crise. O presidente Lula achou necessário fazer uma mudança, trocar peças, dar uma chacoalhada no setor. Não sei se faltou comando, acho que Waldir Pires comandou como pôde, mas agora o que importa é ajustar a relação da Anac com a Aeronáutica para trazer tranqüilidade ao setor aéreo brasileiro, porque não é possível suportar mais meses de crise - afirmou Berzoini.

Para o presidente do PT, a crise não foi provocada por falta de um técnico no comando do ministério.

- Não é problema nomear políticos para funções, desde que eles saibam ter assessores técnicos. Desqualificar a política não é bom para a democracia ou para o país.

Berzoini, que participa do 3º congresso estadual do PT, preparatório para o congresso nacional que será realizado no fim de agosto e início de setembro em São Paulo, disse ainda que uma das prioridades da discussão é o quadro eleitoral para 2010 e as estratégias do partido no período 2008/2010.

- Temos que discutir as conquistas, a organização e democracia interna do partido e, principalmente, traçar uma estratégia para a conjuntura de 2008/2010, porque nós teremos um quadro que vai definir a estrutura do PT. Em primeiro lugar, é preciso pensar a reforma política, que lamentavelmente até hoje não foi votada pelo Congresso; depois, a reforma tributária e a agenda do crescimento econômico do país - disse.

Berzoini explicou porque em dois mandatos do presidente Lula a reforma não saiu e defendeu a realização de uma Assembléia Constituinte especificamente para definir a reforma.

- A maioria que o governo tem no Congresso não é uma maioria mecânica, é de governabilidade, mas há todo um jogo de pressões democráticas. No caso da reforma tributária, os governadores, empresários também participam desse jogo de pressão. Eu acredito que nós devemos discutir a possibilidade de uma constituinte exclusiva, com prazo curto, de seis meses, separada das eleições de deputados e senadores, com representação mais ampla, para fazer a reforma política, refletindo os interesses da sociedade e não só da classe política, que tem os interesses próprios - disse.

O congresso acontece em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, até este domingo.