Governador Beto Richa, em foto com seu secretariado, logo após o anúncio das demissões| Foto: Aneile Nascimento/ Gazeta do Povo
Confira a evolução dos cargos de confiança do governo estadual

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), anunciou ontem após a reunião com o secretariado, a exoneração de todos os funcionários comissionados do estado. De acordo com a assessoria do governo, foram demitidos cerca 3,5 mil servidores que ocupavam cargos de confiança – oficialmente, na página do governo na internet constam 3,9 mil comissionados.

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Apesar das exonerações, Richa não se comprometeu em extinguir ao menos parte dos cargos em comissão, como havia admitido que poderia fazer durante a campanha eleitoral. Segundo ele, cada secretaria deve avaliar individualmente se será necessário a redução do número de cargos de confiança.

De acordo com o governador, a exoneração geral dos cargos comissionados não é "medida retaliatória, muito menos de caça às bruxas" dos servidores do governo anterior. Richa disse que as demissões são atos de responsabilidade administrativa recomendadas pelo bom senso.

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"Esperávamos que o governo que saiu já tivesse assim procedido. Fizemos [as demissões] para que a equipe que entra possa ter a liberdade de colocar os seus funcionários de confiança", disse Richa.

Tendência de gestão

Durante a campanha eleitoral, Richa havia afirmado que a redução do número de cargos comissionados seria uma tendência de sua ad­­minis­­tração."Vamos fazer uma gestão profissional. Não vou aparelhar o Estado com a companheirada", disse Beto na campanha.

Ontem, porém o governador não confirmou se seguirá aquilo que chamou de "tendência", mas garantiu que não haverá cortes do quadro de funcionários de carreira.

Vários outros governadores recém-empossados definiram exonerações em massa de funcionários comissionados. O novo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PCdoB) exonerou 15 mil servidores comissionados e anunciou em paralelo a extinção de 10 mil desses cargos.

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Corte de gastos

Apesar de não se comprometer com a redução do número de comissionados, isso poderá vir a ser feito pelos secretários estaduais para atingir a meta de redução de 15% dos gastos de custeio que cada pasta terá de atingir neste ano, conforme determinação de Beto Richa. Os secretários terão de assinar um contrato de gestão em que assumem o compromisso de cumprir essa meta geral e outras específicas para suas pastas.

Um decreto estadual prevê ainda que todos os gestores da administração direta e indireta deverão informar uma série de dados à cúpula do governo: número de cargos em comissão; número de funcionários efetivos e celetistas; contratações por prazo determinado; padrão remuneratório de todos os cargos; número de servidores à disposição para ou de outros órgãos; total do custo da folha de pagamentos; vantagens efetivas e transitórias outorgadas aos servidores; número de funções gratificadas com as respectivas tabelas de valores praticada; relação de estagiários e terceirizados; relação detalhada de contratos administrados e convênios, com respectivo valor, período e objeto; relação de cargos vagos e de concursos em andamento, com as estimativas de impacto à despesa; relação de restos a pagar e inventário de todo o patrimônio locado nas instalações.