A quarta pesquisa Datafolha de intenção de voto para a eleição de prefeito de Curitiba mostra um cenário praticamente igual ao da primeira, realizada em julho. O candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), aparece novamente com 72%, o mesmo porcentual daquele mês. O tucano, no entanto, subiu um ponto porcentual em relação ao último levantamento, feito no início de setembro.
A principal adversária de Beto, a petista Gleisi Hoffmann, também manteve-se em uma constante. Ela, que em julho estava com 12%, chegou a 15% em agosto e repetiu o porcentual nos dois últimos levantamentos. A surpresa ficou por conta do candidato do PV, Maurício Furtado. Ele, que até então não pontuava, neste levantamento está com 1%, empatado com o candidato do governador Roberto Requião e do PMDB, Carlos Moreira, e com o do PCdoB, Ricardo Gomyde.
Já Fabio Camargo, do PTB, caiu em relação às últimas pesquisas. Na primeira, ele estava com 3%. Depois, nas de agosto e do início de setembro, regrediu a 2%. No levantamento atual está com 1%, assim como Furtado, Moreira e Gomyde.
Bruno Meirinho (PSol) foi outro com fraco desempenho. Ele não pontuou, assim como no começo deste mês e em agosto. Antes, em julho, ele aparecia com 1%. Lauro Rodrigues (PTdoB) sequer foi citado.
Insatisfação
Decepcionada com as pesquisas, Gleisi disse apenas que "tudo o que tinha para falar sobre pesquisas e a credibilidade delas", já havia falado. "Agora, só comento o resultado das urnas."
Carlos Moreira não foi localizado pela reportagem para comentar o resultado da pesquisa. O presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, disse que apesar de o candidato aparecer com 1% considera possível levar a eleição para um segundo turno porque as pesquisas não expressam a realidade. "Não vamos diminuir nossa disposição por causa disso", afirmou.
O candidato petebista foi mais um que demonstrou-se insatisfeito com os levantamentos feitos sobre intenção de voto. Camargo voltou a alegar que os pesquisadores não chegam aos bairros onde ele atua. O fato que o conforta é o de ele ser, além de Beto e Gleisi Hoffmann, o único a pontuar em todas as pesquisas.
A indignação candidato do PTB é tanta que ele chegou a pedir a prisão de alguns donos de institutos de pesquisas. "Eles deveriam estar presos, pois influenciaram resultados de eleições anteriores, divulgando números errados." Como exemplo, Camargo citou Rubens Bueno (PPS), que aparecia nas pesquisas em 2004, última eleição municipal, com 9%, mas terminou com 20%. "E o senador Flávio Arns (PT), que foi a surpresa na disputa pelo Senado em 2000." O erro mais recente dos institutos foi na eleição para o governo, de acordo com o petebista. "Diziam que o Requião iria vencer no primeiro turno e, se não fossem irresponsáveis, o Osmar Dias poderia ser o nosso governador hoje."
Para Camargo, deveria haver mais rigor no trabalho dos institutos de pesquisas e na fiscalização quanto a eles. "Eles deveriam ser proibidos de trabalhar se errassem um porcentual muito diferente do resultado das urnas." E o petebista crê que assim será com ele. "Vou fazer dez vezes mais do que apontam os levantamentos."
Comemoração
Os únicos que ficaram contentes com o resultado do Datafolha foram Maurício Furtado e Beto Richa. "Achei uma maravilha. A campanha está dando resultado. Estamos e estaremos trabalhando intensamente para ampliar a participação do PV na sociedade curitibana", disse o candidato do PV. Já o tucano afirmou que sente-se ainda mais motivado e empenhado para esta reta final de campanha.
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