O governador Beto Richa (PSDB) na manhã desta quarta-feira (10), em Londrina, que o tarifaço aprovado ontem pela Assembleia Legislativa, aumentando impostos estaduais seja reflexo de problemas de gestão. "Não, não é problema de gestão. Tanto é que os números que o Paraná apresenta hoje falam por si só", reagiu o governador, em entrevista coletiva concedida na sede do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), onde foi instalada a sede do governo nesta manhã.

CARREGANDO :)

"Ao longo da nossa administração o PIB do Paraná cresceu mais do que o dobro do que cresceu o Brasil", reforçou. Apesar de um crescimento de 56% na arrecadação durante o primeiro mandato do tucano, as finanças do Estado estão numa situação delicada. O Paraná começou 2014 devendo R$ 1 bilhão a fornecedores e depois da eleição foi feito um contingenciamento para evitar maiores problemas.

Diante do questionamento sobre se o paradoxo entre o aumento de arrecadação e a debilidade financeira não seria um "problema de gestão", Richa citou que os números do Estado são positivos, mas admitiu as dificuldades. "Precisamos fazer ajustes fiscais que garantam um pouco mais de tranquilidade e que o Paraná não perca a sua capacidade de investimento, até nos preparando para os momentos difíceis que teremos em 2015", afirmou.

Publicidade

O tucano negou que o tarifaço aprovado em primeiro turno pela Alep prejudique o poder de compra dos paranaenses. "Foi tudo feito com muita responsabilidade, muito critério", declarou. O tucano ressaltou o seu recuo, ao retirar a taxação de produtos da cesta básica do tarifaço, mantendo o formato atual. Ele também negou que existam resistências às medidas no empresariado. Segundo ele os técnicos do governo apresentaram as propostas às entidades empresariais e "me parece que convenceram a maioria".

Com relação ao aumento da alíquota do IPVA, de 2,5% para 3,5%, provocando um impacto de 40% no valor a ser pago pelos contribuintes, Richa usou a estratégia da comparação: "estamos abaixo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro". Em São Paulo e Minas, estados administrados pelo PSDB, a alíquota é de 4%.

Impopular

No final da entrevista o governador disse que apesar da impopularidade do "pacote de maldades" ele está preparado para enfrentar as reações contrárias. "Isso é a responsabilidade de quem governa o Estado. São medidas impopulares, mas absolutamente necessárias e eu sabia que algum degaste nós teríamos", concluiu.