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De acordo com a denúncia, entre os anos de 1997 e 2010, Abib Miguel foi responsável pelo desvio de mais de R$ 216 milhões | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
De acordo com a denúncia, entre os anos de 1997 e 2010, Abib Miguel foi responsável pelo desvio de mais de R$ 216 milhões| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, conhecido como Bibinho, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual pela lavagem de dinheiro desviado do Legislativo por meio da compra de imóveis. As investigações mostraram 60 imóveis em nome do ex-diretor, que está preso desde novembro, quando foi flagrado no aeroporto de Brasília com R$ 70 mil em espécie. As propriedades estariam em nome dele e de supostos “laranjas”, além de parentes. Além de Bibinho, mais doze pessoas foram denunciadas.

A ação proposta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual, foi acatada pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Curitiba. O processo é mais um desdobramento da série Diários Secretos, divulgada pela Gazeta do Povo e pela RPC TV, em 2010, revelando desvios de recursos na Assembleia.

De acordo com a denúncia, entre os anos de 1997 e 2010, Abib Miguel foi responsável pelo desvio de mais de R$ 216 milhões, em valores atualizados, envolvendo a contratação de pelo menos 97 funcionários “fantasmas”. Os recursos desviados eram “lavados” através da aquisição de imóveis urbanos e rurais, em nome do próprio ex-diretor e de seus familiares, em vários estados do país, e de sua posterior exploração (agrícola ou extração de madeira ou minérios, por exemplo). As propriedades estão localizadas no Paraná e também em Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo.

Defesa

O advogado Eurolino Reis, que defende Bibinho, informou que já tomou conhecimento da ação e que a considera improcedente. Para o assessor jurídico, o novo processo é uma releitura de outras denúncias que tiveram as sentenças anuladas pelo Tribunal de Justiça (as acusações voltaram para a primeira instância para que Bibinho tivesse o direito de depor, já que ele optou por ficar em silêncio devido à ausência de seu advogado). Reis ainda alega que 80% do patrimônio do cliente é anterior ao ingresso dele como funcionário da Assembleia, em 1988, e que os imóveis teriam origem lícita, com registro e declarados no imposto de renda.

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