Uma nova denúncia pode complicar ainda mais a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já tem sua sucessão discutida no Senado. Segundo reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Renan teve sua campanha eleitoral de 1994 financiada pelo bicheiro Plínio Batista. O contraventor — que comandou o jogo do bicho na capital alagoana, Maceió, do fim da década de 90 até 2002 — disse que, além de financiar a campanha de Renan, também teria feito empréstimos para a Prefeitura de Murici, no período em que o prefeito era Remi Calheiros, irmão do senador:

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"Dei dinheiro até para pagar pessoal. Era só o Renan dar a ordem que eu fazia. Ele e os irmãos foram todos financiados pelo jogo do bicho", disse Batista.

O bicheiro apresentou cheques de agências de Banco do Brasil, Produban e Caixa Econômica Federal de Murici assinados por Remi Calheiros, a seu favor, que serviriam para saldar parte desses empréstimos. Parte deles, porém, não foi descontada por falta de fundos. Benezildo Rodrigues, amigo de Renan, dono da extinta gráfica Idéia, também confirmou que Batista pagou débitos da campanha de Renan em 1994.

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Advogado de Renan nega tudo

O advogado do presidente do Senado, Eduardo Ferrão, atribuiu a acusação a adversários políticos em Alagoas. Ele disse que o senador já está processando os autores da denúncia desde que elas foram divulgadas, em sua última campanha ao Senado. O próprio bicheiro admite que se tornou adversário político do senador.

Sarney nega, mas é o mais cotado para substituir Renan

Renan parece decidido a se manter no cargo, e o Conselho de Ética ainda pode levar tempo para decidir seu caso, mas a sucessão à presidência do Senado já está em marcha. Nas conversas no plenário, no cafezinho, nos gabinetes e em jantares, os senadores avaliam o que fazer caso Renan tenha de renunciar ao cargo. Consenso não existe, mas já estão claras as estratégias: PMDB e Planalto querem um nome forte do partido para manter a força governista; a oposição, apoiada por setores do PMDB, defende senadores de menor projeção nacional para tentar enfraquecer o governo.

Os mais experientes avaliam que, se Renan cair, seu sucessor sairá do PMDB, embora haja candidatos em todas as legendas. O ex-presidente da República e do Senado José Sarney (PMDB-AP) é o nome forte da vez. Seria o melhor dos mundos para o presidente Lula. Mas o senador nega que seja candidato:

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- Não vou de jeito nenhum! Não há o menor risco de isso acontecer. Não quero nem a presidência da ABL, imagine a do Senado.