Brasília (Folhapress) Dizendo que o governo federal não vem cumprindo o acordo fechado com ele no início do mês, o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, indicou ontem que a qualquer momento pode iniciar uma nova greve de fome.
"Quem está disposto a morrer não tem medo de sanções", disse, ao afirmar que não teme eventuais represálias do Vaticano.
No início do mês, o religioso interrompeu dez dias de jejum depois de ter recebido a promessa do Palácio do Planalto de que as obras de transposição das águas do Rio São Francisco seriam interrompidas em troca da retomada de novas discussões sobre o atual projeto do governo.
Ontem, irritado com as informações de que o Exército continua trabalhando na abertura de trincheiras nos canais para a transposição e com as ameaças do ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) de que as obras vão começar "imediatamente", dom Luiz não economizou críticas ao Planalto. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou alvo do bispo de Barra.
Dom Luiz chegou ontem a Brasília para participar, ao lado de cerca de 5.000 integrantes de movimentos sociais, da "Assembléia Popular: Mutirão por um Novo Brasil". O evento, que termina nesta sexta, tem como objetivo, além de pedido de mudanças na política econômica e de prioridade para a reforma agrária, traçar estratégias de mudanças sem a dependência das eleições.
Dom Luiz falou à imprensa sobre a transposição do rio. Primeiro, ao citar a ação do Exército no Nordeste, disse que o governo não está cumprindo o acordo.
"Isso que está acontecendo fere o acordo. Isso foi assinado." Depois, disse que o ministro da Integração Nacional está na "contramão" do que foi acordado com o Planalto.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada