Brasília (Folhapress) O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Majella Agnelo, disse ontem que "às vezes se sente tentado a pensar" que partidos políticos agem como quadrilha de bandidos no Congresso Nacional. Ele afirmou ainda que a crise política é "mais ampla do que se podia imaginar".
Dom Geraldo defendeu uma reforma política e disse que "certamente o Congresso não pode estar 100% corrompido, se não seria melhor fechar tudo e a democracia".
Segundo o presidente da CNBB, os casos de corrupção no Congresso trazem "profunda inquietude". A impunidade "seria um descalabro. Não podemos confiar em um Congresso Nacional que não seja capaz de apontar a corrupção e agir de acordo com a Justiça", afirmou.
O vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queirós, disse que ainda não ficou comprovada a corrupção de deputados ameaçados de cassação, mas afirmou que a impunidade pode prevalecer. "É lamentável que se puna a nova safra e os corruptos antigos fiquem", afirmou.
A reforma política, segundo dom Geraldo, deve "começar pelo sistema eleitoral de tal modo que possa haver participação de todos e não privilégios a candidatos que têm mais dinheiro (nas campanhas)".
Dom Antônio mostrou, porém, pessimismo com relação a reforma política. "Sem ela não vai acontecer nada de novo no país. Acontece que talvez não haja mais tempo, porque a Constituição manda que se faça isso com antecedência das próximas eleições. Essa reforma ficou aí cozinhando em fogo lento", afirmou o vice-presidente.
Ele reclamou também da "constante mudança de ministros porque um começa a encaminhar uma coisa e depois volta à estaca zero, mesmo na área de educação", afirmou.
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