![Blindar Richa vira preocupação da base Beto Richa: prefeito disse não acreditar que haja uma relação entre as denúncias e a eleição do ano que vem | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2009/02/f944822fb3dddb3dd265c1ad025259cc-gpLarge.jpg)
PT e PMDB querem atrair PV e PSC para a oposição
O PT e o PMDB confirmaram ontem a composição de um bloco de oposição na Câmara de Curitiba. O grupo conta com cinco vereadores três do PT e dois do PMDB , mesmo número de parlamentares que fazia, na legislatura passada, oposição ao prefeito (composta apenas pela bancada do PT).
Nem aliado, nem oposição, nem neutro
O vereador Professor Galdino (PV) quer inaugurar uma nova forma de fazer política em seu mandato na Câmara de Curitiba. "Eu não sou situação, não sou oposição e não sou neutro. Eu quero uma nova forma de fazer política: eu penso lá para frente e para cima", declarou o vereador. Pela definição de Galdino, esse jeito diferente consiste em "respeitar as pessoas, elaborar leis e fiscalizar o prefeito o que é a obrigação do vereador". Galdino afirmou que ainda não foi procurado pelo PV para tratar sobre as negociações entre o partido e o bloco de oposição que está sendo formado na Câmara, mas diz que não vai acompanhar o partido, seja qual for a decisão. "Eu vou acompanhar o meu raciocínio porque eu sigo sempre uma linha independente."
O discurso de abertura do ano legislativo feito ontem pelo líder da prefeitura na Câmara de Curitiba, Mario Celso Cunha (PSB), deu o tom do que deve ser a principal preocupação dos vereadores da base de apoio de Beto Richa (PSDB) em 2009: proteger o prefeito contra denúncias que possam atingir a administração municipal.
"Eu aqui faço um alerta à bancada de apoio ao prefeito, um alerta aos funcionários: há um jogo de interesse muito forte", disse Mario Celso, na sessão de abertura dos trabalhos da Câmara neste ano. "Atacam a administração, criam factoides, tentam combater a forte popularidade do Beto e muitas outras coisas vão ser plantadas porque há muitos interesses em jogo e querem de toda forma denegrir a imagem do prefeito", disse o vereador se dirigindo a Richa, que estava na Câmara.
O presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), não foi tão enfático na necessidade de proteger Richa, mas lembrou que o trabalho de parceria entre a prefeitura e o Legislativo deve continuar. Em seu discurso, Derosso lembrou que os poderes são independentes, mas que seria interessante manter o entrosamento da legislatura passada também no novo mandato.
Os recados enviados pelo líder do governo e pelo presidente da Casa aos membros da base governita se justificam. Apenas nos dois primeiros meses deste ano já foram levantadas várias suspeitas contra a prefeitura de Curitiba.
A última delas está relacionada à Construtora Iguatemi, que mesmo depois de ter sido retirada de uma licitação por apresentar documentos falsos teria participado, e vencido, outros processos licitatórios municipais, conforme denunciou no último domingo o colunista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo. Richa negou a acusação. Disse que a construtora nunca venceu nenhuma licitação.
A gestão da Urbs, órgão que administra o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba, também está sendo questionada. O Ministério Público abriu uma investigação, a pedido da oposição, para averiguar se o valor da tarifa de ônibus é justo. Além disso, em 2005, a empresa gastou R$ 270 mil, sem fazer licitação, para comprar combustível. E o Tribunal de Contas também acusa a Urbs de não pagar alguns encargos sociais em 2006.
Outro questionamento foi em relação à licitação para a iluminação pública da cidade. O valor proposto pela prefeitura seria bem maior do que o pago atualmente.
Os questionamentos à administração Richa apareceram ao mesmo tempo em que fica mais provável a candidatura do prefeito ao governo do estado em 2010. Apesar disso, o prefeito disse preferir não acreditar que haja uma relação entre as denúncias e a eleição do ano que vem. "Eu quero crer que não seja isso. Porque, se for assim, realmente, é um jogo muito rasteiro", disse o prefeito.
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