São Paulo (EFE) O Banco Mundial quer servir de "ponte" no debate sobre qual modelo de desenvolvimento seguir na Amazônia, o que foi uma das principais mensagens deixadas pelo presidente do organismo, Paul Wolfowitz, após sua viagem ao Brasil.
Wolfowitz disse que a dimensão da maior reserva natural do planeta foi uma das coisas que mais o impressionou durante sua viagem de seis dias pelo país, que acabou à meia-noite de terça-feira.
Sua admiração em relação à floresta amazônica ficou clara no último domingo, durante seu dia de descanso às margens do rio Tapajós, quando decidiu, pela primeira e única vez em toda a viagem, driblar a agenda da visita e pedir a seus guardas de segurança que prolongassem a estada o máximo possível.
"Este tesouro natural é do Brasil e dos brasileiros", disse o presidente do Banco Mundial. Mas, segundo ele, a Amazônia também é importante "para toda a região e a comunidade global".
A percepção de que a floresta é um bem comum leva Wolfowitz a acreditar que a comunidade internacional está pronta para contribuir com fundos adicionais que permitam o "desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente", um objetivo duplo defendido pelo banco.
Na terça-feira, durante discurso sobre mudança climática em São Paulo, o executivo garantiu que "muitos brasileiros" pediram a ele que o BM colaborasse mais estreitamente com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e com os estados que integram a Amazônia, que "estão desenvolvendo uma visão de futuro e precisam de ajuda para transformar essa visão em ação".
No entanto, os planos para os próximos anos não são uniformes, e é nessa disparidade que reside o complexo dilema enfrentado pela floresta. Uma das forças em conflito se opõe à mudança e quer frear qualquer degradação adicional do meio ambiente.
"Só nos últimos cinco anos, cerca de 112 mil quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia, o orgulho do Brasil, a maior reserva de biodiversidade do mundo e um elemento econômico vital para a população indígena", disse Wolfowitz em São Paulo.
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