BNDES e Saúde vão analisar situação do Incor antes de liberar verba

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A Fundação Zerbini, que administra o Instituto do Coração, não conseguiu o empréstimo para pagar a dívida acumulada de R$ 245 milhões. Após reunião com o governador Claudio Lembo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a formação de uma comissão conjunta, com representantes do BNDES, do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde para analisar as contas do hospital. O ministro anunciou ainda que R$ 20 milhões em recursos já aprovados por emendas de parlamentares poderão ser liberados nos próximos dias.

O governo do estado se comprometeu a pagar o complemento salarial dos funcionários até que haja uma solução para a crise do Incor. Nesta quarta-feira, diretores do instituto e da Fundação Zerbini convocaram a imprensa para fazer um apelo pela manutenção do atual modelo de gestão do hospital. O caos financeiro foi atribuído à construção do prédio 2 do Incor, iniciada em 1999. O presidente do conselho Diretor do Incor, Jorge Kalil, também do Conselho Curador da Fundação Zerbini, disse que "talvez tenha sido um passo maior que a perna".

O infectologista David Uip, diretor executivo do Incor, prometeu que, após a recuperação financeira, os atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) aumentem. Hoje, 82% dos atendimentos no hospital são feitos pelo SUS.

Uip defendeu a gestão em parceria com a Fundação Zerbini.

- O modelo de gestão é absolutamente criterioso. Não dá para discutir o modelo de gestão, podemos discutir gestão - afirmou.

Administrativamente, o Incor faz parte do Hospital das Clínicas, mas está vinculado à Fundação Zerbini, que é responsável por captar, gerenciar e investir na estrutura do hospital os recursos recebidos com prestação de serviços. A área de pesquisa é ligada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O Incor faz cerca de 790 consultas diárias e é especializado em em cardiologia e cirurgia cardíaca e toráxica. É para lá que boa parte dos políticos recorre quando tem problema de saúde na área. Referência na América Latina, ali são realizadas em média 5 mil cirurgias e 2,5 milhões de exames de diagnóstico.