De acordo com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na última segunda-feira, véspera do maior acidente aéreo do país, que matou 186 vítimas em São Paulo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, solicitou uma reunião para tratar da crise que afeta os aeroportos há quase um ano. Segundo Coutinho, o encontro teria como objetivo definir de forma o banco poderia auxiliar na busca de uma solução para os problemas do setor aeroportuário.
- Estou aguardando, já que a essa tragédia provoca um choque inicial. Mas quero crer que o ministro irá levar adiante essa sua determinação, que eu entendi como uma determinação do próprio presidente. E, uma vez convocados, iremos ajudar - disse Coutinho.
Coutinho explicou que a participação do BNDES num eventual programa de recuperação da infra-estrutura aeroportuária brasileira poderá se dar por meio de estudos sobre como melhorar a gestão ou até mesmo através de financiamento.
- Vamos ajudar naquilo que formos solicitados - disse o presidente do banco.
Ele ressaltou, porém, que existem limitações para que o BNDES possa emprestar ao setor público que vigoram desde a implementação da política de superávit primário e da Lei de Responsabilidade Fiscal.
- Existem restrições ao endividamento do setor público. O banco, por exemplo, pode emprestar para os estados desde que eles não tenham atingido o limite de envididamento e, além disso, não pode conceder empréstimos ao setor público federal. Obviamente que, levantadas essas restrições, certamente teremos empenho em apoiar tais programas.
O presidente do BNDES informou, inclusive, que já está em consulta no banco um pedido de financiamento - de valor não revelado - do governo do Rio Grande do Norte para a construção do Aeoroporto de São Gonçalo do Amarante, cuja função seria atender o grande fluxo de turistas que passam na região.
- O BNDES está à disposição do governo para apoiar todos os projetos de alto interesse do país. Inclusive já tínhamos sido mobilizados para olhar um aeroporto novo, de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Obviamente, sendo o sistema Infraero o órgão que cuida dos aeroportos principais e, além disso, tendo a Infraero uma empresa que cuida disso, nós só ajudamos quando convocados. Agora, se viermos a ser solicitados na estruturação de um programa aeroportuário para o país, o faremos com grande empenho.
Consternado com o maior acidente aéreo do país, o presidente do BNDES contou que, entre as vítimas, está um ex-aluno.
- Estou profundamente emocionado e comovido com este acidente. Tive uma perda pessoal, já que entre as vítimas está um jovem brilhante, ex-aluno meu. É um dia de luto para o país.
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