O braço-direito do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/ Governo Lula) não respondeu às perguntas do juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na primeira instância, durante seu interrogatório nesta segunda-feira, 25. Roberto Bob Marques afirmou que não estava se sentindo bem.
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“Excelência, como eu disse para o senhor, como não estou me sentindo bem, posso criar provas contra a minha pessoa. Fiz tudo, revi todas as audiências, mas eu não estou me sentindo bem para poder prosseguir sobre isso”, afirmou. Moro questionou se ele não responderia a nenhuma pergunta. “Não senhor, não conseguiria”, declarou.
A defesa do braço direito de Dirceu informou a Moro que a orientação era para ele enfrentasse o interrogatório, mas que respeitaria a decisão. Bob foi preso em 3 de agosto, em São Paulo, na deflagração da Pixuleco, a 17ª fase da Lava Jato. Ele ficou 10 dias custodiado em Curitiba, base da Lava Jato.
Bob era funcionário efetivo da Assembleia Legislativa de São Paulo desde 1986. A partir de 2003, ele assumiu cargo na 1ª Secretaria da Casa. Ao mandar soltar o ex-assessor de Dirceu, o juiz Sérgio Moro impôs a ele restrições, entre as quais, afastamento imediato do Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo paulista.
Também foram interrogados nesta segunda o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e o corretor Júlio César dos Santos, suspeito de ocultar patrimônio para José Dirceu. Todos optaram pelo silêncio. Durante sua audiência, Renato Duque disse. “Eu prefiro falar, mas seguindo orientação dos meus advogados, vou ficar em silêncio.”