Segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia colombiana deve triplicar de tamanho em relação a uma década atrás neste ano| Foto: Jose Miguel Gomez /Reuters

Depois de uma época conhecida como a capital das drogas e de grandes índices de homicídio, Bogotá, na Colômbia, se esforça para dar lugar a uma nova era: a que se posiciona como o “Vale do Silício” da América do Sul. Com uma economia em expansão e as projeções ao seu favor, a cidade tem recebido grandes empresas da tecnologia como Google, Facebook e Microsoft, que abriram escritórios no local apostando no potencial de crescimento tecnológico de Bogotá.

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Colombianos apostam suas fichas no país

Não são só as multinacionais que têm feitos suas apostas no país, mas os próprios colombianos.

Em entrevista ao “CNN Money”, o executivo Rene Rojas lembrou dos dias de tráfico de drogas ilustrados pela figura de Pablo Escobar, traficante que foi morto a tiros pelos policiais colombianos em 1993, mas disse acreditar que a cidade está muito diferente hoje em dia.

Com a HubBOG, uma empresa que se instalou no mercado colombiano há cinco anos e que se autodenomina como um “campus de startups”, permitindo que empresários de tecnologias testem suas ideias, ele é um exemplo de empresário do país que ajuda a emergir o cenário tecnológico em Bogotá. De acordo com a publicação, nos últimos dois anos a empresa formou 46 empresários a partir do programa de HubBOG, com a previsão de formar 105 startups neste ano.

Em meio a euforia em relação à projeção econômica do país, no entanto, é preciso lembrar que a Colômbia ainda tem preocupações internas que podem afetar o futuro do país, especialmente no que se refere ao processo de paz pelo qual o governo e as forças rebeldes das Farc têm passado. Embora, ao que parece, esse é um impasse que caminha para se resolver em breve.

Janeiro se estabeleceu como uma espécie de marco para a capital, que recebeu a visita de Mark Zuckerberg para a realização da primeira reunião no exterior do Facebook, e evidenciou o sucesso da Colômbia em seu projeto tecnológico, já que, com a escolha, o fundador e presidente-executivo da rede social preteriu grandes pólos como Pequim, Londres e Dubai. Na ocasião, Zuckerberg foi a Bogotá para anunciar seu plano de levar internet livre à Colômbia.

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A mudança de foco na imagem da cidade é atribuída à diversificação da economia e à abertura política do país para o investimento estrangeiro. Os números impressionam: as exportações dos EUA para a Colômbia aumentaram quase 400% desde 2003.

Embora sua economia ainda se apoie na exportação de petróleo, café e açúcar, o crescimento da tecnologia e outros setores de serviços desponta como o principal motivo pelo qual as empresas americanas estão indo para a Colômbia. Prova disso é que a indústria tecnológica do país cresceu 177%, um volume de US$6,8 bilhões, entre 2007 e 2012, de acordo com o governo. Outro dado que contribui para que a imagem de capital de homicídios fique para trás é que, embora esta ainda seja alta, de acordo com o governo, ela hoje se mantém ao nível mais baixo em uma década.

Dentre os posicionamentos estratégicos do país também constam a assinatura de acordos comerciais com os EUA, Canadá e Europa, além da participação na Aliança do Pacífico, grupo comercial latinoamericano que busca integração econômica e comércio livre com a Ásia.

Mercado em crescimento

Segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia colombiana deve triplicar de tamanho em relação a uma década atrás neste ano. A saúde financeira do país reflete na classe média que em dez anos cresceu em 50%, de acordo com relatório do Banco Mundial — o que também tem atraído a atenção das empresas americanas.

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“As Fords, GMs, Mistsubishis veem a Colômbia como um mercado em crescimento. As pessoas têm dinheiro para gastar”, argumentou o vice-presidente da organização Council of the Americas Eric Farnsworth à “CNN Money”. “Há muito espírito empreendedor na Colômbia”, completou.