Santo Antônio da Platina – A polêmica envolvendo o Hospital Regional do Norte Pioneiro, em Santo Antônio da Platina, ganhou mais um capítulo na semana passada com a denúncia de que as próprias prefeituras nunca repassaram um centavo para ajudar na manutenção da unidade. O convênio foi selado ainda no final de 2005 com a Secretaria Estadual de Saúde e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro (Cisnorpi), que administra o local.

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No acordo, os prefeitos deveriam repassar mensalmente R$ 0,20 por habitante. Pelo contrato, uma cidade como Santo Antônio da Platina, que tem uma população de 40 mil habitantes, teria a obrigação de pagar uma mensalidade de R$ 8 mil.

O prefeito de Jundiaí do Sul, Joel Marciano Rauber (PMDB), é um dos que não concorda com a falta de adesão dos prefeitos, mas reconhece que seu município também nunca fez o repasse. "Como vamos cobrar mais recursos do governo do estado se não fazemos a lição de casa. Ninguém repassa um tostão para ajudar na manutenção do hospital". Jundiaí do Sul teria que repassar R$ 700 mensais, uma vez que tem 3,5 mil habitantes. O valor total da contribuição é calculado de acordo com a população do último censo.

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Mas Judiaí do Sul e Santo Antônio da Platina são apenas exemplos. Se todos os 22 municípios associados ao Cisnorpi colaborassem com o hospital, o rateio das prefeituras chegaria a R$ 80 mil, valor que poderia saldar parte da folha de pagamento do hospital.

Enquanto o Hospital Regional do Norte Pioneiro oferece um atendimento bem longe da sua capacidade por falta de recursos para a sua manutenção, as próprias prefeituras do Norte Pioneiro assinam convênios com hospitais de outras regiões do Paraná, pagando valores muito superiores ao que teriam que repassar à sua própria unidade de saúde. Alguns prefeitos justificam que a unidade gerenciada pelo Cisnorpi ainda não presta o atendimento nas especialidades com maior demanda. Porém, reconhecem que, se houvesse verba, a situação poderia mudar.

Atualmente, funcionam no Hospital Regional ginecologia, obstetrícia, pediatria, ortopedia e maternidade, mas apenas em uma delas há atendimento com internação. Nas outras áreas, só ambulatorial.

O Cisnorpi está selecionando profissionais para outras especialidades. Com recursos, muitos serviços poderiam estar sendo realizados, reduzindo o transporte de pacientes para outros centros.

A prefeita de Jacarezinho, Tina Toneti (PT), que também preside o Cisnorpi, concorda com a gravidade da situação e promete tratar do assunto em breve, durante uma reunião da diretoria da entidade.

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