O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reuniu-se pela manhã com o chanceler boliviano David Choquehuanca e outros ministros bolivianos e recebeu a garantia de que os brasileiros que ocupam irregularmente terras na Bolívia receberão tratamento humanitário e civilizado das autoridades bolivianas no processo de reforma agária.
Na reunião, foi criado um grupo de trabalho para acompanhamento da questão das terras. Estima-se que existam hoje cerca de sete mil cidadãos brasileiros na Bolívia, dos quais 120 seriam produtores de soja e mais de dois mil posseiros.
- A situação dos sojicultores é menos complicada. De forma geral, eles estão em situação regular e são produtivos. O problema maior é em terra de fronteira e terras devolutas - disse Amorim.
Durante o encontro, os ministros bolivianos tomaram a iniciativa de propor a retomada da agenda bilateral, que inclui ofertas vantajosas do Brasil à Bolívia, como o financiamento de obras de infra-estrutura pelo BNDES, essencialmente estradas, executadas por empresas brasileiras, e a abertura do mercado brasileiro para diversos produtos bolivianos, como jóias, móveis e couro.
Na parte da tarde, Amorim será recebido pelo presidente Evo Morales. Assim como fez na reunião pela manhã, o chanceler brasileiro deve apenas mencionar a questão do gás, dando prioridade ao tema da reforma agrária.
- Não vi aqui para me sobrepor à negociação que está acontecendo sob a condução da Petrobras - disse Amorim.
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