O assistencialismo sozinho não explica o comportamento do eleitorado governista na sucessão presidencial. Tampouco alistar eleitores em programas sociais é garantia, por si só, de voto na urna. Outros fatores, como a região onde mora o eleitor, são mais importantes na divisão do voto. Essas são conclusões da pesquisa Ibope/Estado/Rede Globo.

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Cruzamento especial encomendado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, no conjunto da região Sul/Sudeste, o pré-candidato da oposição, José Serra (PSDB), ganha de Dilma Rousseff (PT) entre os eleitores que moram em domicílios que são beneficiados por ao menos um programa federal, como o Bolsa Família.

O tucano tem 40% das intenções de voto contra 35% da petista nesse segmento, que representa 23% do total do eleitorado do Sul/Sudeste. A vantagem de Serra entre os assistidos pelo governo federal é metade da que ele tem no total de eleitores dessas duas regiões (42% do tucano contra 31% de Dilma), mas, ainda assim, é surpreendente, em se tratando de um grupo que teoricamente seria mais favorável ao candidato de Lula.

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Já no conjunto das regiões Norte/Nordeste/Centro-Oeste, a vantagem na disputa pelos eleitores assistidos por programas federais se inverte. Dilma tem 49% das intenções de voto dos beneficiários de Bolsa Família e similares, enquanto Serra chega a 27% entre eles.

Peso maior

A distância em favor da petista, de 22 pontos porcentuais, é grande, mas não muito maior do que a vantagem que ela leva no total do eleitorado dessas três regiões, onde bate o tucano por 45% a 28%. Os beneficiados pelo assistencialismo federal têm um peso muito maior no Norte/Nordeste/Centro-Oeste do que no resto do País: eles são 40% do eleitorado norte-nordestino e do Brasil central.

No total, 30% dos eleitores vivem em domicílios que têm ao menos um morador beneficiado por um programa social do governo federal do Bolsa Família ao Luz para Todos. Na média brasileira, esse fator também se mostrou menos decisivo para determinar a intenção de voto dos eleitores do que o senso comum se acostumou a pintar. Dilma tem uma vantagem de 43% a 33% sobre Serra (eles empatam em 37% no total do eleitorado). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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