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Foz do Iguaçu – Creusa dos Anjos, 44 anos, mãe de dois filhos em idade escolar, não tem emprego fixo. Sua renda mensal depende de quantas travessias ela faz ao dia na Ponte da Amizade, fronteira do Brasil e Paraguai, para transportar mercadorias para sacoleiros. Viúva, Creuza só consegue criar os filhos com dignidade porque recebe parcelas mensais de R$ 80 do programa Bolsa-Família.

Michele da Conceição, a filha de 15 anos, não poderia fazer um curso de informática, ter um DVD, e o filho de 9 anos, Jéferson Vieira da Silva, dificilmente teria bicicleta, televisão e videogame, sonhos de consumo de qualquer criança da idade, caso a mãe que vive no Jardim Jupira, bairro situado na fronteira com o Paraguai, não fosse cadastrada no programa. Creusa não sabe ler e escrever, mas é um raro exemplo de pessoa que consegue fazer muito com pouco dinheiro.

Para Creusa, o dinheiro do Bolsa-Família faz diferença no orçamento porque, além de suprir necessidades dos filhos, também contribuiu para as compras de supermercado e roupas para as crianças quando a renda obtida no Paraguai não é suficiente para cobrir os gastos do mês. "Já paguei até luz e água", diz.

Há quase um ano recebendo o benefício, ela consegue economizar o suficiente para quitar prestações feitas em lojas de eletrodomésticos, sem comprometer a renda.

O próximo desafio da mãe é fazer mais uma vontade dos filhos, algo bastante distante da realidade da periferia: adquirir um computador. Para isso, Creusa promete economizar com carinho uma pequena parcela do Bolsa-Família para ver os filhos conectados ao mundo.

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