Programas de transferência de renda como Bolsa Família estão entre os principais responsáveis pela redução da desigualdade no Brasil na última década. Segundo dados do Ipea, entre 1995 e 2004, esses programas foram responsáveis por 25% da redução da distância entre ricos e pobres no país. Segundo o pesquisador do Ipea Sergei Soares, apesar de o Brasil ainda ser o país mais desigual da América Latina, os resultados do programa mostram que esse é um instrumento eficiente para melhorar o quadro.
Essa também é a avaliação do Banco Mundial, que divulgou nesta quarta-feira o estudo "Redução da Pobreza e Crescimento: Círculos Virtuosos e Viciosos", no qual recomenda que os países da América Latina gastem mais recursos com a população mais pobre e menos em programas como aposentadorias e pensões.
- A transformação do Estado num agente que promova a igualdade de oportunidades e pratique uma redistribuição eficiente da renda talvez seja o principal desafio enfrentado pela América Latina na implementação de melhores políticas que, ao mesmo tempo, estimulem o crescimento e reduzam a desigualdade e a pobreza - afirmou um dos autores do estudo, Humberto Lopez.
O documento também destaca a importância do crescimento econômico no combate à pobreza e à desigualdade. Segundo o trabalho, um aumento de 10% nos níveis de pobreza pode reduzir o crescimento de um país da região em 1% do PIB e os investimentos em até 8% do PIB. Além disso, qualquer pequeno aumento na desigualdade teria que ser compensado por um crescimento significativo da economia para evitar uma elevação dos níveis de pobreza.
No Brasil, por exemplo, um aumento de 1 ponto percentual na desigualdade demandaria um aumento de 2,3% do PIB para manter os níveis de pobreza constantes. Já em países mais pobres, mas menos desiguais, o esforço seria um pouco menor. No Peru, por exemplo, seria necessária uma elevação de 1,6% do PIB, enquanto no Equador, ela seria de 1,1%.
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