O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) parabenizou Donald Trump na manhã desta quarta-feira (9) por ter sido eleito presidente dos Estados Unidos. O parlamentar, que é cotado para lançar sua candidatura a presidente do Brasil em 2018, relacionou o resultado nos Estados Unidos com o Brasil. “Vence aquele que lutou contra ‘tudo e todos’. Em 2018 será o Brasil no mesmo caminho”, disse, através de sua conta oficial no Twitter. Pelo menos na rede social, o desejo do parlamentar ganhou força: na manhã desta quarta, a #Bolsonaro2018 era um dos assuntos mais comentados no Twitter
Outros políticos também já reagiram ao resultados da eleição americana. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) ligou o resultado com a proposta do teto de gastos públicos, enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer e que vai ser apreciada às 10h pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Para Requião, a “insensibilidade grotesca do mercado” foi o motivo da eleição de Trump e “ameaça Brasil com a verdadeira estupidez” do teto de gastos. “Povo irá reagir, agora ou depois”, escreveu. “Trump foi eleito pelos marginalizados pelo capital, vitimas de políticas semelhantes a da PEC241/55”, completou.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que os grandes desafios do presidente eleito será “unificar o país e assegurar que não alimentará nenhum tipo de racismo, violência e segregação”.
O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), fez um comentário sem citar diretamente Trump. “Nacional-populismo é xenófobo e protecionista. Não se enganem, só não é ruim pra a especulação financeira dos ‘mercados’. O resto se ferra”, declarou.
Xico Graziano, o assessor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que na semana passada lançou uma campanha para FHC voltar à presidência, amarrou o resultado nos EUA às eleições municipais no Brasil e ainda ao cenário para 2018. “Vitória de Trump acende o farol aqui. Dória em SP, Kalil em BH e Crivella no RJ foram um sinal. Contra a velha política. Quem virá em 2018?!”
A advogada Janaina Paschoal, uma das responsáveis pela acusação de Dilma Rousseff no processo de impeachment, disse que a eleição de Trump deveria abrandar a disputa entre presidenciáveis no Brasil e criticou os “planos perenes de poder”. “Trump e, contra todas as previsões, ganha. Melhor nossos presidenciáveis trabalharem o presente”, escreveu.
“Tenho certeza de que não muda nada”, diz Temer sobre eleição de Trump
Catarina Scortecci, correspondente em Brasília
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou que a eleição de Donald Trump“não muda nada” na relação entre os dois países e que vai enviar cumprimentos ao republicano. “A relação do Brasil e Estados Unidos, assim como os demais países, é institucional, ou seja, de Estado para Estado”, disse. “Estou mandando cumprimentar o presidente pela eleição. Eu tenho certeza de que não muda nada a relação Brasil-Estados Unidos.”
Temer disse ainda que os dois países têm uma tradição democrática e ressaltou que, por causa das instituições sólidas dos Estados Unidos, Trump fará um governo para toda a sociedade americana. “Evidentemente quando alguém assume o poder, seja aqui ou nos Estados Unidos, especialmente nos Estados Unidos, onde as instituições são fortíssimas, é claro que o novo presidente que assume terá que levar em conta as aspirações de todo o povo americano”, afirmou o presidente brasileiro. “Eu tenho certeza de que lá as coisas irão muito bem.”
No Congresso Nacional, a vitória do republicano repercutiu logo cedo. Em entrevistas à Rádio Senado, paramentares criticaram o resultado. Na opinião do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), trata-se de uma “vitória das forças anti-globalizantes de direita”.
Para Cristovam, o resultado tem a ver com o crescimento do nacionalismo no mundo, principalmente na Europa. Na opinião do senador, o mais provável é que Donald Trump se comporte na presidência como empresário, achando que não tem que dar satisfações ao Parlamento.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) o mundo está em choque e ainda vai levar um tempo para assimilar o que aconteceu. “Quem ganha é quem passou a campanha fazendo discurso de subalternidade da mulher”, lamentou Vanessa.
Já o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB–SP), que é o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, tem uma posição mais moderada. Segundo ele, é preciso primeiro descobrir quem é realmente Donald Trump. Segundo o senador, quem ganhou a campanha foi “o personagem criado pelo empresário americano que falou com camadas profundas do eleitorado”.
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