Brasília (Folhapress) Minutos antes de o Conselho de Ética instaurar os processos contra os acusados de envolvimento no mensalão, o deputado paranaense José Borba, 56 anos, ex-líder do PMDB, e o paraense Paulo Rocha, 54 anos, ex-líder da bancada do PT na Câmara, renunciaram ao mandato. A renúncia é uma forma de escapar à inelegibilidade até 2015 que uma possível cassação acarretaria.
Com as duas renúncias, o Conselho de Ética da Câmara instaurou às 18h02 de ontem 11 processos contra deputados também acusados de envolvimento com o mensalão. Eles se somam a outros três que já são processados José Dirceu (PT-SP), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG).
Petistas
A surpresa ontem ficou por conta do grupo de cinco petistas que avaliavam optar pela renúncia. Pelo menos dois estavam inclinados a renunciar, mas desistiram na última hora: Josias Gomes (BA) e José Mentor (SP).
Em almoço na casa de Paulo Rocha, o único a abrir mão do mandato, venceu a tese defendida principalmente pelo ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), um dos acusados, de que a renúncia de três ou quatro complicaria a situação dos restantes.
De acordo com esse raciocínio, seria muito grande a pressão sobre o Conselho de Ética e o plenário da Câmara para que houvesse cassação de petistas. Com seis petistas no Conselho, que se juntam a Dirceu, a esperança do grupo é que alguns sejam poupados.
"Agora é inevitável o plenário. Então, acredito em um julgamento justo. Acredito e vou trabalhar para isso", afirmou João Paulo. "Há em curso um processo de linchamento político e a Câmara poderá votar dessa maneira. É possível que isso ocorra, espero que não. Porque mesmo um julgamento político não pode contrariar as provas", disse José Mentor (SP), outro dos petistas acusados.
A partir do início da abertura do processo no Conselho, a renúncia do acusado não o livra da perda dos direitos políticos em caso de cassação. O Conselho tem prazo de até 90 dias para dar um parecer ou pelo arquivamento ou pela cassação. Ela só ocorre com o apoio, em votação secreta no plenário da Casa, de pelo menos 257 dos 513 deputados.
Envolvidos
Desde o surgimento das denúncias de que o PT pagava mesada a partidos políticos como forma de obter apoio no Congresso, 19 deputados foram acusados diretamente de participação no esquema. Com as renúncias de ontem, quatro parlamentares optaram pelo abandono do mandato os outros foram Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Carlos Rodrigues (PL-RJ). Até agora, apenas um foi cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o autor das acusações.
Há uma articulação para que o Conselho dê parecer pelo arquivamento de pelo menos quatro casos Vadão, Wanderval, Luizinho e Henry.
O argumento é que não haveria provas de que eles foram beneficiários do dinheiro de Valério.
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