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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ampliou o ritmo de queda na tarde desta segunda-feira. Às 15h25m, o Ibovespa recuava 3,04%, para 38.990 pontos. O dólar comercial tinha alta de 1,54%, negociado a R$ 2,176 para compra e R$ 2,178 para venda. Mais cedo, a moeda americana chegou a subir 3%, atingindo R$ 2,215, o maior patamar desde 29 de março.

Às 13h15m, as perdas do Ibovespa eram bem menores (1,59%). A piora foi influenciada pelo desempenho do mercado americano. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, terminou a manhã em alta, mas começou a cair após as 14h. Às 15h25m, o índice Dow Jones recuava 0,25% e o Nasdaq tinha baixa de 0,84%. O volume financeiro da bolsa brasileira alcançava R$ 3,331 bilhões. As maiores quedas eram de Eletrobras ON (-6,67%), Telemar ON (-6,25%) e Sadia PN (-5,04%). As maiores altas: Braskem PNA (+4,96%), Contax ON (+2,34%) e TIM Participações ON (+1,94%). Na mínima, o Ibovespa foi a 38.974 pontos, a menor pontuação desde 18 de abril.

Este é o quarto dia consecutivo em que o dólar sobe e a Bovespa cai. Desde a quarta-feira passada, os mercados de todo o mundo operam em queda, repercutindo o aumento de 4,75% para 5% da taxa básica de juros dos Estados Unidos. Na ocasião, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) foi pouco preciso ao abordar as perspectivas para a política monetária do país, condicionando seu futuro ao desempenho dos indicadores econômicos. Sem sinais concretos, o mercado continuou a temer novos aumentos, e nisso contribuiu a escalada de várias "commodities" - como petróleo, ouro, zinco, cobre e minério de ferro -, que representam uma ameaça para a inflação e podem ser consideradas na decisão sobre os juros.

A maior parte dos analistas acredita que a instabilidade do mercado durará pouco. Gustavo Barbeito, da corretora Prosper, afirma que está havendo "uma mudança de portfólio, e não de fundamento". Na bolsa brasileira, segundo ele, o movimento está sendo liderado por investidores estrangeiros, que, deparando-se com as incertezas do cenário externo, resolveram realizar lucro no mercado brasileiro. Barbeito destaca o fato de que em grandes empresas, como Petrobras e Vale do Rio Doce, os papéis ordinários (os preferidos pelos estrangeiros) registrarem quedas mais pronunciadas do que os preferenciais.

- É um movimento claramente relacionado ao cenário externo - comentou Barbeito, rechaçando razões domésticas apontadas por outros analistas, como a possibilidade de redução do superávit primário deste ano e a instabilidade política na América Latina.

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