O Brasil vai abrir uma linha de crédito de US$ 350 milhões para financiar a compra de alimentos por Cuba. Os recursos, através do Programa de Financiamento à Exportação (ProEx), representam a maior parte dos US$ 523 milhões que a presidente Dilma Rousseff trouxe na primeira viagem à ilha.
Esgotados pela falta de produção interna - importam 80% dos que consomem - os cubanos precisam hoje de recursos para comprar café, soja e, em alguns casos, até mesmo o açúcar dos quais já foram um dos maiores produtores mundiais. Os US$ 350 milhões representam quase quatro vezes o que Cuba consegue obter em um ano com exportações para o Brasil.
"Eu acredito que a grande contribuição que podemos dar aqui é ajudar a desenvolver todo o processo econômico. O Brasil hoje participa de várias iniciativas que eu considero importante. A primeira é uma política de alimentos. É impossível se considerar que é correto o bloqueio de alimentos para um povo", afirmou a presidente, referindo-se ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há 50 anos.
O governo brasileiro ainda abriu outra linha de crédito de US$ 200 milhões, através da Câmara de Comércio Exterior (Camex), para o programa Mais Alimentos, que permite a compra de equipamentos e insumos para a agricultura, como tratores, colheitadeiras. Para este ano já foram liberados US$ 70 milhões. Outros US$ 230 milhões, também pela Camex, são a última parcela do financiamento do Porto de Mariel.
No total, Cuba tem um crédito de US$ 1,37 bilhão com o Brasil. A maior parte disso se refere aos US$ 683 garantidos para o pagamento da empreiteira Odebrecht, que constrói o porto de Mariel.
"Achamos fundamental que aqui se crie condições de sustentabilidade para o desenvolvimento do povo cubano", disse a presidente. "Nós estamos fazendo aqui uma parceria através desses projetos que eu acredito que vai levar para Brasil e Cuba um processo de desenvolvimento. É essa a contribuição que podemos dar".
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