O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) concedeu nesta sexta-feira refúgio a dois atletas cubanos que abandonaram a delegação do país durante os Jogos Pan-Americano do Rio de Janeiro, em julho, informou nesta sexta-feira o Ministério da Justiça.
O Conare, órgão vinculado ao ministério, respondeu positivamente aos pedidos de refúgio do jogador de handebol Rafael Capote e do ciclista Michel García.
Como refugiados, os atletas cubanos receberão documentos brasileiros e terão residência legal no país, de onde poderão sair com passaporte brasileiro, afirmou um assessor do ministério.
Esse status é concedido em casos de "perseguição no país de origem ou temor de retornar ao mesmo por razões políticas, étnicas ou religiosas", explicou o funcionário.
Capote foi o primeiro atleta cubano a abandonar a delegação do país durante o Pan-Americano. Ele deixou a equipe e viajou para São Paulo. Dias depois ele disse que desejava permanecer no Brasil, onde considerava ter mais oportunidades profissionais.
É bastante comum que atletas cubanos abandonem suas delegações quando viajam para competir no exterior.
Os casos de maior notoriedade do Pan foram protagonizados pelos boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara.
Os lutadores, estrelas do boxe amador cubano, foram mandados de volta para Cuba após uma tentativa frustrada de deserção durante os Jogos. Após dias desaparecidos, eles disseram que estavam arrependidos.
A rápida repatriação provocou preocupações de parlamentares brasileiros, que questionaram o procedimento.
O líder cubano Fidel Castro, que havia condenado as deserções, prometeu que os boxeadores seriam tratados com justiça, mas acabou encerrando a carreira de ambos como lutadores.
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