O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a modernização das Forças Armadas afetada pelos cortes orçamentários deste ano preencherá uma "lacuna'' na ação diplomática e permitirá ao Brasil passar de "potência regional a grande potência'' em 20 anos.
Ele disse que discute a apresentação de uma lei para garantir a "perenidade" do investimento militar. "Poderíamos ter atuação mais intensa não só no entorno sul-americano, mas na África ocidental e em pontos selecionados do globo em que interesses vitais brasileiros estivessem em jogo."
O ministro reafirmou, no entanto, que o país não participará de operações de imposição da paz, como a executada pela Otan contra o regime líbio. Previu que a ofensiva terminará mal. "Quero ver como vão sair de lá."
Jobim participou de seminário promovido pela Chatham House britânica e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
O diretor da Chatham House Robin Niblett fez uma provocação. Disse que "se abster não é escolher'', referindo-se ao Brasil na votação do Conselho de Segurança que aprovou os ataques na Líbia.
O indiano Rathin Roy, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, afirmou que Brasil, Índia e África do Sul ainda não demonstraram por que querem um cadeira permanente no Conselho de Segurança e continuam atuando "nas margens'' das potências tradicionais.
À reportagem, Niblett fez analogia semelhante à de Jobim. Disse que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança se caracterizam pelo poderio militar. "O Brasil deve responder qual é o papel da força nas relações internacionais se quer ser um membro genuíno e com credibilidade."
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